Em Cruz Alta, no noroeste gaúcho, os armazéns estão lotados.
A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado estima que este ano tenham sido produzidas 200 mil toneladas de trigo a mais que no ano passado. “Nós colhemos ao redor de 2,5 milhões de toneladas. Um milhão é para consumo interno e um 1,5 milhão nós precisamos escoar. Neste momento, o mercado está totalmente parado”, explica o cerealista Victor Marasca.
Em uma empresa foram vendidas apenas 76 mil toneladas das mais de 300 mil recebidas. O motivo é o baixo preço ofertado pelos moinhos, inferior ao mínimo estipulado pelo governo.
A preocupação é que o cereal seja vendido até o início da colheita da soja e do milho, para não faltar espaço para armazenagem. Para que esse problema seja solucionado, o setor quer ajuda do governo.
O PEP, Prêmio Para Escoamento de Produto, funciona assim: quando o preço de mercado está muito baixo, o governo faz leilões e dá um bônus para quem adquirir o produto pagando o preço mínimo. No caso do trigo, os agricultores receberiam entre R$19 e R$30 pela saca de 60 quilos, dependendo da qualidade do grão.
Segundo a CONAB, durante todo o ano foram realizados apenas três leilões. Para o começo do ano que vem estão previstos mais cinco leilões, que devem ocorrer até fevereiro.
O produtor Alceu Bandeira resolveu segurar o produto na fazenda à espera de preços melhores. Ele tem 810 toneladas armazenadas em três silos móveis. O custo do investimento é de R$0,40 por saca, mesmo assim, ele acredita que vale a pena e deve esperar até junho para escoar o produto.
O Rio Grande do Sul e o Paraná são os maiores produtores brasileiros de trigo.
Fonte: Globo Rural. Pela Redação. 22 de dezembro de 2011.