Pif Paf, que apresentou proposta por ativos da BRF, busca fundo para se tornar relevante no cenrio nacional.
Durante os cinco meses em que os ativos da BRF Brasil Foods estiveram venda, aps a aprovao com restries da fuso entre a Sadia e a Perdigo pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econmica), o mercado todo apostou que Marfrig, JBS e Tyson Foods estavam no preo para a compra das fbricas e marcas da BRF.
O que ningum imaginava que o carioca Luiz Carlos Mendes Costa , diretor-superintendente e herdeiro da mineira Pif Paf Alimentos, percorreu todos os abatedouros e unidades de processamento da BRF. Interessado em adquiri-los, ele se associou a um fundo de investimento estrangeiro e colocou uma proposta na mesa da BRF.
Inexpressiva aos olhos dos consumidores de 22 estados brasileiros e fora do radar dos analistas de mercado que preferem acompanhar gigantes de capital aberto, a Pif Paf, empresa familiar chamada por alguns de "Sadia Mineira", foi a responsvel pela segunda melhor proposta apresentada BRF. "Se o Marfrig j era grande antes, ele ficar maior ainda agora.
A disputa vai se acirrar, mas ns no temos medo de gigantes. Vamos continuar brigando com a Sadia, Perdigo, Marfrig e, quem sabe at, com a JBS", afirma Mendes Costa, em entrevista exclusiva ao Brasil Econmico.
Ele afirma que o diferencial da Pif Paf est em seu modelo comercial e logstico, que entregam 70% dos pedidos no dia seguinte. "Somos muito eficientes e rodamos SAP, o mesmo sistema de gesto empresarial da BRF. No foi por acaso que chamamos a ateno de vrios fundos de investimento interessados em crescer com o agronegcio brasileiro."
Plano B
A probabilidade de a BRF e do Marfrig desmancharem o acordo mnima e nem Mendes Costa acredita nisso. Para o contrato de venda ser efetivamente assinado pela lder e vice-lder do segmento de aves e sunos brasileiro, faltam s os acionistas minoritrios do Marfrig darem seu aval e o Cade aprovar a venda. A expectativa que todos sejam favorveis fuso.
Diante da fracassada tentativa de compra dos ativos da BRF, a Pif Paf j tem um plano B para transformar a empresa familiar mineira em um grande grupo nacional.
Para ganhar escala industrial e competitividade, Mendes Costa conversa, neste momento, com vrios fundos de investimento e tambm mapeia ativos em aves, sunos e at mesmo bovinos para comprar at o final do primeiro semestre.
"Organicamente, prevemos um crescimento de 22% este ano, mas quero mais do que dobrar o faturamento de R$1 bilho conquistado em 2011 por meio de aquisies", revela.
A Pif Paf quer ganhar o que perdeu com a BRF. As fbricas e marcas da rival poderiam adicionar R$1,5 bilho ao seu faturamento anual e ajud-la a atingir R$2,5 bilhes em vendas por ano.
"H muitas empresas do setor que esto endividadas ou em processo de recuperao judicial", explica. Hoje, ele observa ativos em Mato Grosso, Gois, Minas Gerais, Paran e Santa Catarina, estados que oferecem matria-prima, entre outros benefcios.
Procuram-se scios
Quem est ajudando o empresrio nesta fase a Trust9, empresa de gesto e consultoria financeira que tem como scios Jos Luiz de Cerqueira Csar, ex-vice-presidente do Banco do Brasil e antigo conselheiro da Cielo, e Paulo Bagnoli Arruda Cesar, ex-diretor geral da Sema Schlumberger.
Sua expectativa adquirir esses ativos at o final do primeiro semestre. O fundo de investimento que der musculatura financeira empresa dever ter acesso a 30% da Pif Paf.
As aquisies que Mendes Costa pretende fazer tm como pano de fundo a meta de transformar a Pif Paf no terceiro maior grupo brasileiro de aves e sunos, ficando atrs apenas da BRF e do Marfrig. "Queremos faturar R$5 bilhes em 2016 e,depois, abrir capital."
Fonte:
Brasil Econmico. Por Franoise Terzian. 9 de janeiro de 2012.
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