O começo, nos anos 1980, não parecia promissor. O solo, relativamente pobre se comparado ao de outras regiões, não incendiava a imaginação de ninguém. "A região era desacreditada; dizia-se que cerrado só dado ou herdado", diz Walter Horita, presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). Ocupado depois de Mato Grosso e Goiás, o cerrado baiano tinha como atrativo o baixo preço da terra. Também pesou a favor os incentivos concedidos pelo governo federal, como o programa Desenvovimento dos Cerrados (Prodecer), para estimular a atividade agrícola nessas áreas.
Trinta anos depois, as vantagens da agricultura no cerrado podem ser exemplificadas pela alta produtividade obtida em várias lavouras, como soja, milho e algodão. De acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em dezembro, a produtividade do algodão em caroço é de 3.900 quilos por hectare na Bahia, Mato Grosso do Sul e Goiás - a maior do Brasil na safra 2011/12. "Aqui estão os recordes mundiais de produtividade em culturas como soja e milho e, se considerado o algodão de sequeiro, também somos os maiores do mundo", diz o presidente da Aiba.
O carro-chefe do Oeste Baiano é a produção de soja, milho e algodão. Para a safra 2011/2012, segundo a Aiba, a soja ocupa 1 milhão de hectares, correspondendo à totalidade da área cultivada com a oleaginosa na Bahia, e a 5% da produção no Brasil. O milho ocupará 210 mil hectares, aumento de 37% em relação à safra anterior. O grão cultivado no Oeste corresponde a 27% da área plantada na Bahia e a 85% da produção.
O presidente da Aiba afirma que, na safra 2010/11, o Oeste Baiano bateu recordes mundiais de produtividade, registrando 56 sacas de 60 quilos por hectare de soja, 163 sacas por hectare de milho e 270 arrobas por hectare de algodão.
Fonte: Valor Econômico. Pela Redação. 18 de janeiro de 2012.