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Scot Consultoria

IGC eleva previsão para safra de grãos


Sexta-feira, 20 de janeiro de 2012 - 09h42

Boas colheitas na China e em países do Leste Europeu levaram o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) a revisar para cima sua estimativa para a produção global de grãos nesta safra 2011/12. De acordo com a nova projeção da entidade, sediada em Londres, o volume total de trigo e grãos forrageiros, entre os quais o milho, deverá alcançar 1,83 bilhão de toneladas na temporada em curso, 14 milhões de toneladas a mais do que o previsto em novembro. Se confirmado, o volume será 4,6% superior ao do ciclo passado (2010/11), calculado pelo IGC em 1,75 bilhão de toneladas. Mas o próprio conselho admite que poderá haver correções para baixo nos próximos meses em decorrência das perdas provocadas pela estiagem em países da América do Sul, sobretudo Argentina e Brasil. O órgão também elevou sua previsão para o consumo mundial desses produtos para 1,831 bilhão de toneladas em 2011/12, 5 milhões acima da projeção de novembro e 2,6% a mais que em 2010/11. Com isso, os estoques de passagem foram revisados para 369 milhões de toneladas de trigo e grãos forrageiros, alta de 9 milhões em relação ao número de novembro e praticamente o mesmo patamar do ciclo passado. No caso do milho, uma das culturas mais afetadas pela seca sul-americana, a estimativa do IGC para a colheita mundial subiu para 861 milhões de toneladas, 8 milhões a mais que o projetado em novembro e volume 4,2% superior ao de 2010/11. Apesar das incertezas que ainda cercam as safras do sul da América do Sul e também do sudeste da África, o IGC acredita que o crescimento esperado nos campos chineses sustentará o avanço global. O órgão elevou em 6 milhões de toneladas a estimativa para o consumo do cereal, que passou a ser calculado em 867 milhões de toneladas, 2,7% maior que o da temporada anterior, e os estoques de passagem engordaram 2 milhões de toneladas, para 125 milhões, ainda 4,6% menores que os de 2010/11. No trigo, a projeção para a produção passou a 690 milhões de toneladas, 7 milhões acima da estimativa de novembro e volume 5,7% superior ao do ciclo passado. A previsão para o consumo subiu 2 milhões de toneladas, para 681 milhões - 3,8% mais que em 2010/11 - e a projeção para os estoques ganhou 4 milhões de toneladas e foi a 204 milhões, 4,6% a mais que na safra anterior. O IGC também divulgou novas estimativas para o arroz em 2011/12, mas não mexeu na produção (459 milhões de toneladas, 2,2% a mais que em 2010/11) nem no consumo (458 milhões de toneladas, alta também de 2,2%). E projetou a produção mundial de soja em 256,4 milhões de toneladas, 3,9% a menos que no ciclo passado, sobretudo por conta da redução da colheita nos EUA. Números à parte, as estimativas do IGC, se confirmadas, significarão uma relação entre oferta e demanda de cereais e grãos forrageiros menos apertada, mas pouco - ainda que para a soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, representarão o contrário. Mas há muitas incertezas nos dois pratos da balança. Caso a oferta caia por causa da estiagem na América do Sul, por exemplo, certamente haverá alguma pressão "altista" sobre as cotações internacionais. Em contrapartida, a demanda pode não cumprir as expectativas, em virtude dos reflexos da claudicante recuperação da economia no mundo desenvolvido e seus reflexos inclusive em países emergentes. Nesse caso, o cenário de menor pressão dos alimentos sobre os índices inflacionários globais desenhado por analistas desde o ano passado ganharia força. Fonte: Valor Econômico. Por Fernando Lopes. 20 de janeiro de 2012.
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