O Valor Bruto da Produção (VBP) agrícola e pecuária cresceu 15% em 2011, para R$306,56 bilhões, de acordo com cálculo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgado nesta quinta-feira (19). O desempenho reflete a elevação dos preços das commodities agrícolas, que subiram a partir no segundo semestre do ano passado e se mantiveram em patamares elevados para a maioria dos produtos. A colheita recorde de grãos e fibras também influenciou o resultado, segundo a entidade.
Em 2011, o faturamento da pecuária cresceu 20,8%, na comparação com o ano anterior, para R$118,3 bilhões. O aumento da produção e a elevação dos preços, especialmente na cadeia da bovinocultura, determinaram o crescimento do VBP da pecuária no ano passado. A escassez de bovinos para abate e a demanda aquecida por carne em função das festas de final contribuíram para o aumento do faturamento final.
O ano de 2011 também foi positivo para a exportação de carnes. Os embarques renderam US$15,6 bilhões, resultado 14,7% superior ao registrado no ano passado. Na avaliação da CNA, a abertura do mercado da China para a carne brasileira reverteu a tendência de queda nas exportações, movimento que seria provocado pelo embargo imposto pela Rússia ao produto nacional. Com a abertura do mercado chinês, o país asiático se consolida como o principal parceiro comercial do Brasil.
Já o VBP agrícola alcançou a marca de R$188,25 bilhões, crescimento de 11,6% em relação aos R$168,6 bilhões recebidos no ano anterior. A safra brasileira de grãos chegou a 162,9 milhões de toneladas, crescimento de 9,2% em relação à safra anterior. Para 2012, estima-se que a produção de grãos irá reduzir 2,8% em relação a 2011, em razão das condições climáticas desfavoráveis nas principais regiões produtoras.
A cultura do algodão se destacou no ano de 2011 com o maior crescimento do VBP, o que se deve, principalmente, à elevação das cotações da fibra e ao aumento da demanda, em especial da China. O faturamento bruto chegou a R$ 5 bilhões, aumento de 55,9% em relação aos R$3,2 bilhões recebidos no ano anterior. Para 2012, estima-se que a produção irá diminuir 1,7%, devido à queda da demanda e das cotações da fibra.
O faturamento da soja, em virtude do aumento dos preços e da produção, chegou a R$51,3 bilhões, contabilizando um crescimento de 13,3% em comparação com os R$45,3 bilhões recebidos em 2010. Na safra 2011/12, em virtude da estiagem nos principais pólos produtores da região Sul, acredita-se que a produção da oleaginosa irá cair 4,7% em relação à safra passada, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
A produção de milho alcançou a receita de R$ 24 bilhões que, aumento de 38,9% sobre os R$ 17,3 bilhões de 2010. O crescimento registrado se deve à elevação de 35,3% nos preços médios do milho. Em 2012, estima-se que a produção irá aumentar 2,9% quando comparada com a do ano anterior.
Na cafeicultura, o faturamento bruto esperado é de R$20,5 bilhões para 2011, o que representa aumento de 34,2% quando comparado com 2010. A expansão da receita do setor se deve à elevação de 48,4% dos preços internos, que ocorreu em função da bianualidade da cultura, que alterna safras grandes e pequenas. Para 2012, estima-se que a produção possa chegar a 52,3 milhões de sacas de 60 quilos, aumento 20,2% em relação à safra anterior.
O valor bruto da cana-de-açúcar esperado para 2011 é de R$32,5 bilhões, incremento de 1,93% em relação a 2010, quando o setor teve um faturamento de R$31,9 bilhões. A queda de 11,7% da produção em virtude de problemas climáticos ocorridos durante o período de desenvolvimento da cultura e a renovação do canavial em algumas regiões produtoras favoreceu o aumento dos preços e, consequentemente, a expansão da receita.
Fonte: Agência Estado. Pela Redação. 19 de janeiro de 2012.