• Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

SLC quer triplicar de tamanho até 2020


Quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012 - 15h36

Nos ltimos meses, a cpula da SLC Agrcola, que tem uma das maiores reas de plantio de gros e algodo do Brasil, sentou mesa por diversas vezes para por no papel o que a empresa quer fazer e ser at 2020. Neste ms, o conselho respaldou decises que extrapolam o "mero" desafio de crescer com eficincia em rea cultivada. A companhia vai comear a plantar cana-de-acar e pretende estrear nos prximos anos tambm sua atuao internacional: plantar soja em Moambique. Com faturamento prximo de R$1 bilho e rea plantada de 250 mil hectares na safra 2011/12, a SLC Agrcola planeja quase triplicar de tamanho nos prximos oito anos. At 2015, deve atingir cultivo de 410 mil hectares, j incorporando a cana no seu atual portflio formado por soja, milho, algodo e alguns cereais de inverno. At 2020, o foco avanar para 700 mil hectares plantados, dos quais 20% fora do pas. "Na safra 2015/16 j estaremos com rea de escala comercial na frica", garante Moura. Investimentos estimados e prazos exatos ainda no podem ser divulgados pela companhia sem anncio prvio a seus acionistas na BM&F Bovespa, onde tem capital aberto e integra o Novo Mercado. "O que posso dizer que temos uma gerao de caixa anual de R$300 milhes. Com esses recursos, conseguimos realizar a expanso programada at 2015", diz Moura. O que ele adianta que a estratgia de expanso traada pela empresa prima pela diluio de riscos, tanto os financeiros, como os operacionais. E quase triplicar de tamanho com as mesmas culturas - soja, milho e algodo - elevaria em demasia esses riscos. Foi quando se pensou, h seis anos, na cana-de-acar. A gramnea, afirma o executivo, s perde em rentabilidade para o algodo, superando, portanto, a soja e o milho. Dessa forma, todas as 14 fazendas da empresa foram testadas com mudas de cana ao longo dos ltimos anos. A partir de um acordo firmado com um grupo sucroalcooleiro, a SLC Agrcola decidiu iniciar o cultivo em uma fazenda em Mato Grosso do Sul, perto do municpio de Costa Rica e da unidade da ETH Bioenergia, do grupo Odebrecht. Em 2013 comea o plantio de 3 mil hectares de cana nessa fazenda, at ento dominada por soja, milho e algodo. Mas no horizonte, a empresa enxerga, a princpio, alcanar uma rea de 50 mil hectares at 2020. "Esses planos sero revistos a cada trs anos e sabemos que o potencial maior". Moura afirma que neste momento negocia com grandes grupos sucroalcooleiros parceria no fornecimento da matria-prima nas novas reas de expanso canavieira. Na frica, os estudos da SLC Agrcola tambm j comearam. Clima e topografia moambicanas trazem similaridades com o encontrado em Mato Grosso, e o solo at um pouco mais argiloso, sinal, segundo Moura, de que os gastos com fertilizantes tendem a ser menores do que no Brasil. Estudos mais especficos sobre regimes de chuvas tambm j constam nas planilhas da companhia, que pretende antes de 2015 iniciar o plantio experimental de soja no pas. Os primeiros quatro anos de atuao na frica devem se restringir ao cultivo de soja, cultura que traz riscos menores - econmicos e tecnolgicos - do que o algodo, por exemplo, explica o executivo. Neste momento, conta Moura, a empresa mantem conversas com a Embrapa para definir que cultivares tendem a se adaptar melhor s terras moambicanas. "Mas, basicamente sero as mesmas sementes usadas no Cerrado brasileiro". As terras no pas africano pertencem ao governo, que oferece concesso de uso, por uma taxa de valor simblico, por 50 anos, renovveis por igual perodo, explica o executivo. A princpio, a empresa planeja aportar capital para produzir por apenas cinco dcadas. Novas definies de investimento viro na medida em que ficarem claras as condies de renovao. A deciso pela frica, conta o executivo, veio depois de a SLC Agrcola prospectar negcios em outros lugares do mundo. "Visitamos pases na Amrica do Sul, como Colmbia, Paraguai e Uruguai, Rssia, Ucrnia e tambm outros pases africanos", relata. A empresa chegou a negociar com um fundo para investir na Rssia e na Ucrnia, mas declinou diante das maiores vantagens trazidas pela frica. O lugar escolhido foi Moambique, no toa, o epicentro dos investimentos brasileiros na frica. "H mais estabilidade poltica e incentivos do governo". A companhia j tem mapeados at municpios onde deve se instalar, mas ainda so mantidos sob segredo para no despertar o apetite da concorrncia, brinca o executivo. O primeiro grande salto da SLC Agrcola ocorreu h cerca de 30 anos. Naquela poca, o patrimnio de terras da empresa se resumia a uma fazenda de menos de 2 mil hectares em Horizontina (RS). Os acionistas, vindos de trs famlias de descendentes de alemes, decidiram vender a propriedade por R$3 milhes, distriburam entre si R$ 2 milhes, e com R$ 1 milho compraram a fazenda Parnaba, no Maranho, com 26 mil hectares, conta Moura. E chegar frica hoje como ir para o Maranho h 30 anos, diz o executivo, referindo-se s dificuldades logsticas j mapeadas por l. Em um pas como o Brasil, a necessidade de abrir e construir estradas transformou a SLC Agrcola numa expert no assunto. "Cada uma de nossas 14 fazendas tm, em mdia, 300 quilmetros de estradas construdas pela prpria empresa, entre vias dentro da fazenda e vicinais (de ligao a rodovias)", afirma o executivo. Fonte: Valor Econmico. Por Fabiana Batista. 9 de fevereiro de 2012.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos