Pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) testam novas formas de monitoramento e de controle da população do percevejo marrom na lavoura de soja. O mais interessante é que se trata de uma ferramento sustentável. A ideia é chegar a uma tecnologia que dispense ou, pelo menos, diminua o uso de inseticidas nos campos. O inseto é uma das pragas mais agressivas na cultura da oleaginosa.
A área cultivada na propriedade que está sendo estudada é de 2 mil hectares, sendo que o monitoramento ocorrem em 150 hectares. A doutora em fitossanidade, Alessandra Regina Butnariu, explica que “o inseto ingressa na cultura e começa a se acasalar. Logo após o acasalamento, a fêmea já coloca os ovos, por onde eclodem as ninfas, que são os percevejos no primeiro estágio de desenvolvimento”.
Além disso, os pesquisadores também testam uma nova tecnologia de monitoramento e identificação dos insetos nas lavouras. A técnica do pano de batida, em que as plantas são inclinadas e sacudidas sob um lona branca, é a mais comum. A nova ferramenta libera o feromônio que atrai os insetos para uma espécie de armadilha feita de garrafa pet. “Eles são atraídos pelos cheiros exalados por umas pastilhas, que ficam dentro da garrafa. Semanalmente são verificadas as armadilhas no campo”, informa a doutora em entomologia, Monica Josene Barbosa Pereira.
O período mais crítico para as plantas é na fase da formação das vargens ao enchimento do grão. A picada do percevejo libera uma toxina que vai reduzir o peso e deformar os grãos. O resultado é o prejuízo que só vai ser percebido pelo produtor na hora de vender o produto. “Se não controlar, o prejuízo é grande para o produtor.
No armazém é quantificado do número de pontos de sucção no grão. Quanto maior o número de picadas, menos é o rendimento obtido pelos produtores”, complementou.
O investimento para o controle do percevejo é alto. Além do custo operacional com funcionários e maquinários, há também gastos com produtos químicos. Outra alternativa de controle biológico é a possibilidade de utilizar vespas no combate ao percevejos.
“Colocamos sacolinhas, que contém ovos de percevejos, nas lavouras. Depois de cindo dias verificamos se a vespa parasitou os percevejos. Se o resultado for positivo, ao invés de nascer a praga nasce uma vespa”, ressalta a doutoranda em zoologia, Vanessa Golin.
A alternativa, para as pesquisadoras, pode se tornar uma importante aliada para os produtores. Isso porque, o custo de produção não é alto, porque as vespas se reproduzem nos próprios ovos do percevejo e não há contaminação ambiental, reduzindo assim a quantidade de agrotóxicos nas lavouras.
Fonte: G1 MT. Pela Redação. 3 de março de 2012.