O Brasil entrou definitivamente na produção comercial de etanol de milho. Há oito dias está funcionando em Campos de Júlio, em Mato Grosso, a primeira usina flex.
No período da safra de cana-de-açúcar a usina processa cana. Na entressafra, passa a utilizar grãos como matéria-prima. A primeira opção foi a utilização do milho, mas o processamento de sorgo deverá ser o próximo passo.
Sérgio Barbieri, diretor da Usimat Flex, diz que o resultado está sendo bom.
Com processamento diário de 300 toneladas de milho, a usina obtém 350 litros por tonelada, 220 quilos de resíduos que podem ser utilizados na composição de ração e 20 quilos de óleo.
Nas duas pontas da produção, Barbieri diz que o custo de produção do etanol de cana é de R$1,10 por litro, enquanto o de milho é de R$1,23. Nesse cálculo não está incluída a comercialização dos resíduos do milho.
Barbieri destaca a importância desse álcool, que será negociado na região.
"Mato Grosso tem tudo, mas não tem logística." Ou seja, o produto substitui o combustível vindo de outras regiões e diminuiu o "passeio" do milho pelo país.
O Brasil dá um passo para a construção de uma tecnologia própria na produção de etanol de milho, afirma Vital Silva Nogueira, gerente industrial da Usimat Flex.
Nogueira dá a dimensão dos investimentos para quem quiser fazer uma usina de produção de álcool de milho.
Um projeto com capacidade de moagem de 500 toneladas de milho por dia necessita de R$20 milhões, se for uma usina "flex". Um projeto independente necessitaria de R$40 milhões.
Fonte: Folha de São Paulo. Pela Redação. 8 de março de 2012.