As novas alternativas para a substituição do carbendazim e do Tiofanato-Metílico, fungicidas utilizados nos pomares da região de Araraquara, no interior de São Paulo, e proibidos pelos Estados Unidos, devem demorar no mínimo mais um ano para chegar aos produtores, de acordo com o Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos de Defesa Agrícola (SINDAG). O assunto foi discutido pelo Fundo de Defesa da Citricultura (FUNDECITRUS) nesta segunda-feira (19).
Segundo o representante do SINDAG na Câmara Setorial de Citros, Anderson Rodrigues, seis novos produtos foram apresentados como alternativa ao carbendazim, mas apenas um começou a ser avaliado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
“Há uma série de estudos toxicológicos nessas novas moléculas e após o início da análise, há uma espera de pelo menos mais um ano, além do que já esperaram”, afirma Rodrigues. O novo fungicida que está sendo avaliado foi apresentado em 2007. Na fila, há outros fungicidas descobertos também em 2007, 2010 e 2011.
“O processo é lento e às vezes pode demorar até dez anos desde o momento da descoberta da nova molécula até a venda no mercado”, diz Rodrigues. As cifras a respeito do processo até o registro giram entorno de US$250 milhões.
Prazo longo - De acordo com Rodrigues, a demora na liberação desses novos produtos ressalta a importância da necessidade de discutir novamente a liberação do uso dos fungicidas proibidos pelos Estados Unidos. “Não existem opções em curto prazo e precisamos lembrar que o carbendazim não é registrado para citros nos EUA, mas é usado em outras culturas”, afirma.
A importância do uso do carbendazim ou de novos fungicidas é garantia de haver rotação de produtos nas plantações de laranja. “Há várias alternativas, mas novas são necessárias para possibilitar a rotação dos fungicidas e evitar a resistência nos pés de laranja, já que as aplicações acontecem entre três e quatro vezes no ano”, afirma Rodrigues.
Para orientar os produtores sobre alternativas na rotação de produtos nos pomares de laranja, o FUNDECITRUS realiza treinamentos com produtos e técnicas alternativas que possam substiuir o carbendazim. “Pretendemos dar todo apoio às indústrias de defensivos no processo de apuração e avaliação de novas moléculas para que haja alternativas para o citricultor o mais rapidamente possível”, afirma o presidente Lourival Carmo Monaco.
FDA - O fungicida foi retirado em janeiro da lista de Produção Integrada dos Citros (PIC), após a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA), identificar resíduos do princípio ativo acima do nível de 10 ppb (partes por bilhão) no suco de laranja, o que implicou na devolução de lotes ao Brasil.
Fonte:
G1 Araraquara. Por Felipe Turioni. 20 de março de 2012.
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