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A demanda mundial por milho, arroz, trigo, açúcar e soja, que poderá chegar a 3,5 bilhões de toneladas em 2050, deverá ser suprida, principalmente, pelos países do Mercosul, que vão registrar grandes saltos de produção. A perspectiva é da Bain & Company –


Sexta-feira, 23 de março de 2012 - 09h57

A área de pastagem utilizada na atividade pecuária em Mato Grosso encolheu 3% entre os anos de 2008 e 2011. Na prática, 802.237 hectares deixaram de ser utilizados para a criação de gado e ganharam uma nova destinação: seja ela para fins agricultáveis ou até mesmo para criação de espaços destinados ao confinamento do gado. Apesar da diminuição do espaço, o rebanho bovino na unidade cresceu no mesmo período bem como a unidade federativa também elevou seus índices produtivos. Analista de pecuária da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Carlos Augusto Zanata considera que o recuo na área de pastagem não interrompeu o crescimento do setor agropecuário. Pelo contrário, estimulou novas práticas e fez o empresário do agronegócio ganhar mais eficiência. Dados da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) mostram que a área de pastagem no estado passou de 25,7 milhões de hectares em 2008 para 24,9 milhões de hectares em 2011. "Com isso [redução de pastagens], aumentou-se a eficiência tanto da pecuária quanto da produção de grãos. Torna mais eficiente à pecuária", disse Zanata, em entrevista ao G1. Para o representante, houve uma consequência positiva e não negativa motivada pela queda em pastagens. "Esta redução da área de pastagem provocou um impacto, mas positivo. Liberou o pasto e influenciou a ocupação. Estamos reduzindo este espaço, mas o rebanho vem crescendo", salientou Zanata. Fatores como a seca prolongada entre os anos de 2010 e 2011 associadas ao ataque de insetos também contribuíram para baixar a área de pastagens em Mato Grosso. Somente em 2011, o pecuarista mato-grossense trabalhou com 8,7% de pasto totalmente comprometido com a seca iniciada no ano passado. Mais de 2,2 milhões de hectares morreram. Mas conforme lembra Luciano Vacari, superintendente da Acrimat, todo cenário desencadeou uma série de mudanças no setor produtivo estadual e fomentou ganhos de produtividade e aumento no uso de técnicas como o confinamento. Em busca de alternativas para alimentar o gado, o produtor recorreu à criação do animal em regime diferenciado. Tanto que entre os anos de 2010 e 2011 o número de animais confinados cresceu 29%, passando de 592.834 cabeças para 763.947. "Fomos forçados a adotar um número maior por conta da morte de pastagem. Se não fosse esse problema demoraríamos mais para atingir esse número [de animais confinados]", salientou Luciano Vacari, da Acrimat. Presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Eduardo Moura diz que a utilização de confinamentos é uma tendência para o pecuarista brasileiro. Mas que ele não deve somente recorrer a esta modalidade em épocas em que falta alimento para o gado no pasto. "O confinamento permite melhorar a qualidade e padronização da carne, pois a produtividade cresce", pontuou o representante. Fonte: G1 MT. Por Leandro J. Nascimento. 22 de março de 2012.
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