A companhia norte-americana de agronegócios Cargill, exportadora e processadora de grãos, deve manter a expansão de seus negócios na América Latina, afirmou o diretor financeiro Sergio Rial em entrevista realizada na Cúpula das Américas, em Cartagena, na Colômbia. A Cargill, assim como outras exportadoras agrícolas, está se beneficiando da expansão da classe média nos mercados emergentes.
"A Ásia continua sendo um mercado muito importante, mas também a América Latina - Brasil, Argentina e Paraguai, por exemplo", recordou Rial. A companhia atualmente está se preparando para construir uma fábrica de processamento de milho úmido em Castro (PR). A fábrica, segunda da Cargill no Brasil, vai produzir uma variedade de adoçante e produtos de amido para utilização em alimentos e bebidas, produtos industriais como revestimentos de papel e subprodutos usados em rações de animais. Sua primeira indústria para milho, em Uberlândia (MG), foi expandida em 70% em 2010.
"Essa fábrica em Castro estará entre nossos maiores investimentos no mundo. O orçamento do projeto depende de muitas coisas, inclusive do câmbio, mas deve receber um investimento de cerca de US$200 milhões", disse Rial. "Também estamos pensando em trazer outras companhias globais do segmento de amido para que sejam parte do parque industrial a ser construído em Castro. Gostaríamos de criar um centro bioindustrial no local."
Recentemente, a Cargill comprou a companhia de nutrição animal Provimi, especializada em suplementos para a pecuária. A aquisição ajudará a Cargill a se expandir mais nos mercados emergentes em que a Provimi está presente.
"Estamos voltando ao setor de ração animal que por algum motivo deixamos para trás há alguns anos. Torna-se uma área muito importante para a Cargill", afirmou Rial. A Provimi foi a empresa-mãe da Nutron Alimentos, fabricante de produtos para nutrição animal. O executivo declarou, ainda, que depois da consolidação da Nutron, a Cargill pode estudar novas aquisições na América Latina. Hoje, cerca de 50% da receita da companhia no Brasil é obtida com exportações.
Mas Rial disse que a Cargill não se preocupa com flutuações do câmbio para tomar decisões estratégicas. "Acreditamos em um mercado de câmbio livre e em um livre mercado. Não podemos controlar o câmbio. Temos de trabalhar com o que controlamos, como a produtividade e os custos de logística", observou. As informações são da Dow Jones.
Fonte: O Estado de S. Paulo. Pela Redação. 13 de abril de 2012.
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