Os sintomas de aquecimento no mercado de equipamentos para o segmento sucroalcooleiro ainda não se fizeram sentir no BNDES, principal fonte de financiamentos para investimentos de longo prazo. Não estão chegando novas consultas no balcão de atendimentos do banco, indicativo da ausência de novos projetos demandando financiamentos, e os desembolsos referentes a contratos antigos estão em escala decrescente, sinalizando falta de renovação da carteira de contratos.
Os técnicos do banco comemoraram ao saber da percepção da Dedini mesmo com essa ausência de pedidos de financiamentos à instituição. Segundo eles, o normal é que os fornecedores sejam os primeiros a observar os rumos do mercado em conversas com os empresários antes que aconteçam os pedidos de financiamentos.
Quanto aos desembolsos do BNDES referentes a contratos antigos, após crescerem 18,4% de 2009 para 2010 (R$6,399 bilhões para R$7,579 bilhões), entraram em trajetória de queda, ficando em R$5,899 bilhões em 2011, redução de 22,2%. De janeiro deste ano até o dia 25 deste mês, os desembolsos ficaram em R$2,076 bilhões, indicativo de forte retração no fechamento do exercício.
Os números correspondem a desembolsos realizados para a produção de açúcar e etanol, plantio de cana, cogeração de energia elétrica e estocagem de etanol. Embora a cogeração a partir do bagaço de cana seja uma tendência, há uma retração na busca de financiamento para essa modalidade em consequência de preços melhores de outras fontes de energia limpa, principalmente a eólica.
Fonte: Valor Econômico. Por Chico Santos. 28 de junho de 2012.
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