O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) congelou nesta quarta-feira (4/7) a compra de três frigoríficos feitos pela JBS nos estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre.
O conselho firmou um acordo com a empresa prevendo que essas plantas terão de ser mantidas em funcionamento e com a produção nos mesmos volumes até a análise final do conselho.
De acordo com o presidente do órgão, Vinícius Carvalho, o conselho recebeu reclamações de produtores de que a operação geraria uma concentração de mercado nas mãos da JBS e que havia o risco de a empresa fechar essas plantas, o que reduziria o número de competidores.
Na megassessão desta quarta-feira (4/7), em que o Cade analisa cerca de 140 processos, o órgão aprovou ainda a troca de ativos entre a BRF (Brasil Foods) e a Marfrig.
O negócio foi feito porque, no ano passado, o próprio Cade determinou que a BRF (que nasceu da fusão entre a Sadia e a Perdigão) vendesse cerca de 30% de sua capacidade produtiva por considerar que a empresa havia concentrado grande parte do mercado.
Em sessão anterior, o Cade já havia entendido que o negócio entre a BRF e a Marfrig atendia as determinações do órgão.
Mais aprovações
Na sessão desta quarta-feira (4/7), o Cade também aprovou, sem restrições, a compra da brasileira Yoki pelo grupo americano General Mills, dono da marca de sorvete Häagen-Dazs. A empresa de produtos alimentícios dos EUA anunciou a compra da fabricante brasileira por quase R$2 bilhões em 24 de maio deste ano.
Na mesma reunião do conselho, foram aprovadas as compras do controle do grupo Pão de Açúcar pela empresa francesa e da cimenteira portuguesa Cimpor pela brasileira Camargo Correa --esta, com restrições.
O Cade determinou, para que a aquisição seja aprovada, a venda de ativos no estado de São Paulo, investimentos em pesquisa e tecnologia e a saída da Votorantim, que detém 20% da Cimpor, da cimenteira portuguesa.
Fonte: Folha de São Paulo. Por Lorenna Rodrigues. 4 de julho de 2012.
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