Contratação de crédito rural cresceu 60% em Mato Grosso na safra 2011/2012, alcançando R$2,96 bilhões, contra R$1,85 bilhão na anterior, resultado superior à média nacional, que foi de 23%.
No estado, o maior volume desembolsado para o agronegócio pela Superintendência do Banco do Brasil (BB) foi para agricultura empresarial, 88,1%, somando R$2,61 bilhões. Para esse grupo, os gastos com custeio ocuparam grande parte da fatia do empréstimo, R$1,49 bilhão, seguido pelos investimentos (R$691,9 milhões) e comercialização (R$428,8 milhões).
Prioridade na destinação dos créditos pedidos pelos trabalhadores rurais, que chegaram a R$345,5 milhões, foi inversa aos grandes produtores. Aproximadamente 66% dos recursos foram liberados para investimentos, somando R$229,3 milhões, enquanto que para custeio o valor foi de R$116,2 milhões. Um bom sinal, avalia Edson Anelli, gerente de Desenvolvimento Sustentável e Agricultura Familiar do BB, atribuindo à alta dos financiamentos ao momento favorável no agronegócio e ao movimento de regularização de operações, antes inadimplentes.
Conforme Anelli, recursos de custeio são usados para o plantio, como sementes e defensivos. Já os investimentos representam insumos que serão usados em outras safras, como equipamentos (tratores), e significam a expansão do setor. Mas nem todos os segmentos comemoram esse desenvolvimento. Maria da Glória Bezerra Chaves, presidente da Associação dos Aquicultores de Mato Grosso (Aquamat), diz que a dificuldade no licenciamento ambiental trava a liberação de créditos para pequenos piscicultores, que possuem até 5 hectares.
Nenhum financiamento foi liberado ao setor, reclama o diretor técnico da associação, Francisco Chagas, lembrando que a atividade foi considerada pelo banco como de alto risco e os projetos inadequados. Segundo Chagas, o entrave não foi somente a licença. Alguns projetos chegaram a ser protocolados, o que é impedido na ausência do documento ambiental.
Gerente do BB explica as análises dos projetos são feitas por uma equipe em Brasília e precisam apresentar viabilidade técnica, econômica e ambiental. Três maiores empecilhos para a concessão do crédito são licenciamento ambiental, regularização fundiária e inadimplência em empréstimos anteriores.
Regularização
Produtores com dívidas vencidas até junho do ano passado poderão renegociá-las. Banco do Brasil oferece, entre outras condições, flexibilização do percentual de entrada mínima e para pagamentos à vista e recálculo de encargos financeiros das operações.
Fonte: Suino.com. Pela Redação. 30 de julho de 2012.
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