A decepção com as chuvas do fim de semana no meio-oeste dos EUA reafirmou o pânico com a oferta restrita de soja e provocou uma nova disparada na bolsa de Chicago. Os contratos para setembro (que ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a de maior liquidez) fecharam nesta segunda-feira (30/7) em alta de 39,50 centavos de dólar, a US$16,67 por bushel. "Os agentes voltaram a olhar as previsões do clima para os próximos dias, o que fez o mercado recuperar parte das perdas recentes", afirmou Glauco Monte, consultor da INTL FCStone.
Apesar das precipitações dos últimos dias, uma nova queda na qualidade das lavouras de soja foi indicada nesta segunda-feira (30/7) pelo departamento de agricultura dos Estados Unidos (USDA). Na semana encerrada em 29 de julho, apenas 29% dos plantios estavam em níveis bons ou excelentes, ante 31% da semana anterior e 60% de um ano atrás. "A soja pode ter alguma recuperação, mas, assim como no milho, um grande estrago já foi feito", disse Monte.
Os mapas meteorológicos seguem pessimistas e apontam que o calor e a estiagem vão voltar ao cinturão de grãos dos EUA nos próximos dias, o que colaborou para dar força também ao milho. Os papéis para dezembro avançaram 20,75 centavos em Chicago, a US$8,14 por bushel. Segundo o USDA, apenas 24% dos plantios americanos do grão tinham o melhor nível de qualidade na última semana, em relação aos 26% da semana anterior e aos 62% do mesmo período de 2011.
Muitos analistas acreditam que a soja pode chegar a US$20,00 por bushel e o milho, a US$9,00 por bushel, caso a situação climática nos EUA continue a se deteriorar. "A questão é que ainda não se chegou a um preço que restrinja a demanda significativamente", afirmou Monte.
O trigo subiu embalado pelo milho e por problemas com a estiagem na região do Mar Negro e na Austrália. Os contratos com entrega em dezembro tiveram uma valorização de 16 centavos, a US$9,27 por bushel.
As exportações nacionais de soja em grão e seus derivados (farelo e óleo) deverão render US$22,8 bilhões em 2012, conforme estimativa da associação brasileira das indústrias de óleos vegetais (ABIOVE). Se confirmada, a nova projeção, superior às anteriores em virtude da disparada das cotações internacionais, sobretudo do grão e do farelo, ainda será 5,7% menor que o resultado de 2011, por conta da queda dos volumes embarcados depois da quebra da safra na região Sul, afetada por forte seca. Da receita total prevista, o grão deverá responder por US$15,6 bilhões, uma queda de 4,3% na comparação com o ano passado.
Fonte: Suinocultura Industrial. Pela Redação. 31 de julho de 2012.
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