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Demanda e preços internacionais influenciaram cotações


Quinta-feira, 2 de agosto de 2012 - 09h09

As exportações de farelo de soja produzido em Mato Grosso atingiram neste semestre 58,47% de todo volume embarcado no ano passado. De janeiro a junho foram 2,42 milhões de toneladas frente a 4,13 milhões durante todo o ano de 2011. A demanda do mercado internacional aquecida, tanto para o grão, quanto para o farelo e o óleo de soja, justificam os volume negociados como também a valorização dos produtos. Conforme o instituto mato-grossense de economia agropecuária (IMEA) na comparação de preços entre julho deste ano com igual período do ano passado, o farelo encareceu 118%. 

Como contextualiza o instituto, devido à possibilidade de menor produção nos Estados Unidos, a pressão sobre outros países fornecedores aumenta. "No começo do ano pagava-se R$594,75 por tonelada, mas devido à baixa oferta e crescente demanda internacional pelo grão as cifras atuais são de R$1.126,25 por tonelada em Mato Grosso, o que nos mostra uma valorização de 118% no período analisado", destaca parte do boletim semanal divulgado na última segunda-feira. 

Segundo a companhia nacional de abastecimento (CONAB) a produção brasileira de farelo de soja deve cair 10% em relação ao ano passado. Fato que pode ser comprovado pela exportação acelerada de grãos em uma safra pouco expressiva. O aumento projetado de 2,6% no consumo interno também mostra que até o Brasil necessitará de mais produto, acompanhando a tendência mundial. Contudo a vantagem está na facilidade em se ter o produto, já que a fonte do mundo é aqui. A diminuição nas exportações de 5,4% é eminente com o aumento da demanda interna, porém, o impacto da crise na União Europeia, maior importador do farelo brasileiro, também é algo a se considerar. De qualquer maneira, com toda pressão, se espera uma queda de 20% no estoque final. 

Outro ponto que mostra a possível escassez de farelo, ou pelo menos a sustentação dos preços em alta, é que o grão tem sido escoado com muita rapidez, portanto, há menos soja para ser esmagada e transformada em farelo. Em Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, por exemplo, a safra 2011/12 ofertou 21,36 milhões de toneladas e conforme levantamento do IMEA, 99,7% de todo o volume foram comercializados. 

O economista e sócio da PR consultoria, em Cuiabá, Carlos Vitor Timo Ribeiro, observa que o farelo, na comparação entre os primeiros semestres de 2012 ante 2011, aumentou em 27% o volume exportado, de 1,90 milhão de toneladas, de janeiro a junho do ano passado, para atuais 2,42 milhões de toneladas. Em dólar, a expansão no período foi de quase 29%. "Esse resultado também mostra que o esmagamento interno aumentou para atender à demanda de farelo e de óleo de soja. 

Apenas para atender aos embarques de 2,42 milhões de toneladas de farelo é necessário esmagar 3 milhões de toneladas de grãos, que além do farelo, também geram 558 mil toneladas de óleo de soja, dos quais 309 mil toneladas foram exportadas. O rendimento industrial é em média de 80% para o farelo e de 18% para o óleo de soja. 

Como explica o IMEA, a valorização da soja em grão não tem se tornado uma faca de dois gumes ao setor. "Se por um lado, os agricultores se beneficiam com a elevação dos preços, por outro, têm-se os produtores de frangos e suínos que sofrem com o aumento astronômico do custo de produção". De acordo com o presidente da associação dos criadores de suínos de Mato Grosso (ACRISMAT), Paulo Lucion, os custos estão tornando a atividade inviável. "Os preços dos insumos para alimentar os suínos estão muito caros. O valor do milho e da soja aumenta constantemente, já o quilo do suíno só apresenta queda".

Fonte: Diário de Cuiabá. Pela Redação. 01 de agosto de 2012.


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