O acordo entre o Brasil e a Argentina, realizado no final de julho, permitiu a retomada das vendas de carne suína brasileira ao mercado vizinho. Em julho, o país embarcou 2.662 toneladas para a Argentina, uma queda de 5% na comparação com julho de 2011. "O volume vendido representa um bom começo", avalia Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS).
"O acordo bilateral prevê a manutenção dos volumes de 2011. Seria, portanto, necessário exportar mais do que o volume de julho. Porém, é preciso lembrar que qualquer retomada exige algum tempo para atingir um nível de estabilidade. Sempre se perde um tempo entre a emissão da documentação necessária e a efetiva exportação", diz Camargo Neto.
A retomada dos embarques para a Argentina contribuiu para que as exportações brasileiras de carne suína aumentassem 22,54% em julho, ante igual período de 2011, totalizando 44.242 toneladas.
No acumulado do ano, as vendas brasileiras somaram 313.025 toneladas, um crescimento de 3,32%, ante os sete primeiros meses de 2011. Em receita, o Brasil também saiu-se melhor em julho deste ano em relação a julho do ano passado. Faturou US$108,27 milhões, um aumento de 15,36%. Já nos sete primeiros meses de 2012, o valor das vendas externas de carne suína foi de US$795,62 milhões, uma queda de 4,04% na comparação com o mesmo período de 2011.
Outro fato positivo de julho é que a Rússia manteve a sua participação tradicional, tendo liderado o ranking dos compradores da carne suína brasileira. O Brasil vendeu para o mercado russo 11.854 toneladas ante 3.983 toneladas em julho de 2011. O aumento foi de 198%. Recorde-se que a Rússia, há pouco mais de um ano, decretou embargo à entrada do produto brasileiro em seu mercado.
"O embargo aos três estados - Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso - permanece. Continuamos aguardando o resultado da recente missão veterinária russa que visitou seis estabelecimentos de suínos no RS, SC e PR. A recente polêmica veiculada pela imprensa, sobre eventual exigência referente à utilização ou não do fármaco ractopamina, não preocupa, pois o Brasil já tem protocolo de produção segregada, podendo atender a este tipo de exigência com facilidade. Continuamos com expectativa positiva", afirma o presidente da ABIPECS.
Os principais mercados para a carne suína brasileira, em julho, foram: Rússia, Hong Kong, Ucrânia, Angola, Argentina e Singapura. No acumulado do ano, em primeiro lugar no ranking encontra-se Hong Kong, seguido de Ucrânia, Rússia, Angola, Singapura e Uruguai.
O preço médio da carne suína caiu 5,86% em julho, em relação a julho de 2011, passando a US$2.447 a tonelada. No acumulado do ano, o preço médio caiu 7,13%, passando de US$2.737 a tonelada para US$2.542.
Fonte: Suinocultura Industrial. Pela Redação. 13 de agosto de 2012.
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