As margens espremidas nas operações de frango e suínos, em meio à pressão de custos e redução dos preços no mercado internacional, e o impacto da variação cambial sobre as dívidas em moeda estrangeira derrubaram os resultados da BRF - Brasil Foods no segundo trimestre. No período, a companhia registrou um lucro líquido (atribuído aos acionistas controladores) de R$6,387 milhões, queda de 98,2% em relação aos R$497,9 milhões registrados um ano antes.
Entre abril e junho, a receita líquida da BRF alcançou R$6,8 bilhões, crescimento de 8,7% sobre o segundo trimestre de 2011. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 28,1% na comparação anual, para R$565,1 milhões. Com isso, a margem Ebitda recuou de 12,5% para 8,3%.
No segundo trimestre, a receitas com as exportações da companhia cresceram 10,5%, para R$2,8 bilhões. Apesar desse avanço, o preço em dólar dessas exportações recuaram 17,7%, enquanto que o custo médio saltou 6,8%.
No mercado interno, as vendas da companhia avançaram 6,9%, para R$3 bilhões. O desempenho contudo, também sofreu com as pressões de custo, visto a empresa não conseguiu repassar toda a alta dos insumos. No segundo trimestre, o custo médio no mercado interno subiu 9,6%, enquanto o preço médio apresentou aumento inferior, de 6,2%.
Na linha financeira, a BRF obteve um prejuízo líquido de R$287 milhões, por conta do aumento da dívida líquida e da variação cambial, que não tem efeito sobre o caixa da companhia registrada sobre o endividamento em moeda estrangeira.
A companhia reportou, ainda, uma exposição cambial de US$366 milhões e uma dívida líquida de R$7 bilhões, 18% superior ao registrado no mesmo trimestre do ano passado. Com isso, a alavancagem da BRF (relação entre dívida líquida e Ebtida) chegou a 2,57 vezes. A BRF fechou o trimestre uma disponibilidade de caixa de R$2,1 bilhões. No período, a companhia investiu R$490 milhões.
Fonte: Avicultura Industrial. Pela Redação. 14 de agosto de 2012.
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