Faltam caminhões para o transporte de milho para regiões com déficit de oferta do cereal, e o governo recorrerá ao Exército numa tentativa de aliviar a situação de criadores de aves e suínos que sofrem com preços altos dos insumos, disse na terça-feira, dia 4 de setembro, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, durante evento em São Paulo.
Ribeiro observou que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vem encontrando dificuldade para transportar milho dos estoques públicos para as regiões do Sul e Nordeste, com déficit de abastecimento, num momento em que os preços estão em alta, na esteira dos patamares recordes do mercado global.
Portarias interministeriais já autorizaram a remoção de 400 mil toneladas de milho para atendimento a pequenos criadores e novas ações estão sendo desenvolvidas para aliviar a escassez em determinadas áreas do país.
"Pedi ao presidente da Conab e à diretoria que empenhassem todos os esforços, inclusive recorrendo ao próprio Exército, para auxiliar no deslocamento do milho do Mato Grosso para os estados do Nordeste e do Sul", acrescentou o ministro a jornalistas, após evento na Sociedade Rural Brasileira, em São Paulo.
Ele lembrou que uma greve de caminhoneiros ao final de julho afetou o transporte do produto, num momento em que a demanda por caminhões é grande, com o Brasil tentando escoar uma produção recorde de milho e buscando exportar os maiores volumes da história.
Embora a safra 2011/12 de milho esteja estimada em um recorde superior a 70 milhões de toneladas, algumas áreas do país não são produtoras ou sofreram os efeitos de uma estiagem severa no início do ano, como é o caso do Rio Grande do Sul.
O ministro não foi claro sobre a extensão da ajuda que o Exército dará para o escoamento do cereal, mas indicou que ela será restrita a programas que envolvem o apoio da Conab no abastecimento.
A ação ocorre no momento em que criadores de animais e indústrias de carnes estão com margens apertadas, em função da alta dos insumos, e já cortam a produção.
Fonte: Reuters Brasil. Por Fabíola Gomes. 4 de setembro de 2012.
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