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Scot Consultoria

“Conselho da laranja” apresenta modelo de referência de preço


Quinta-feira, 11 de outubro de 2012 - 17h54

Depois de aprovar e submeter seu estatuto à apreciação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em abril, o Conselho dos Produtores de Laranja e das Indústrias de Suco (Consecitrus), criado para ordenar as relações entre produtores de laranja e as grandes indústrias exportadoras de suco baseadas em São Paulo, deu mais um passo para entrar em funcionamento na próxima safra, a 2013/14. No mês passado, o conselho protocolou no órgão antitruste o modelo que servirá como referência para definir os preços da fruta.

A expectativa dos fundadores do conselho é que as entidades de citricultores que não participaram do ato de criação do Consecitrus recebam o documento do Cade nas próximas semanas para avaliação, afirmou hoje o economista Alexandre Mendonça de Barros, sócio-consultor da MB Agro, em evento realizado na Associação Nacional dos Fabricantes de Sucos Cítricos (CitrusBR), em São Paulo. Mendonça de Barros é o coordenador do chamado "Modelo Consecitrus", que mapeou os custos de produção da indústria e dos agricultores.

Por enquanto, a entidade conta com a participação das indústrias representadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Sucos Cítricos (CitrusBR) - Citrosuco/Citrovita, Cutrale  e Louis Dreyfus - e da parcela de produtores vinculados à Sociedade Rural Brasileira (SRB).

O sucesso do Consecitrus depende da efetiva participação da maior parte dos produtores, e para isso teria de contar com a adesão da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus) e da Federação de Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp). São Paulo reúne o maior parque citrícola do mundo. Mendonça de Barros apresentará o modelo para os produtores em duas palestras, a serem realizadas entre o fim de outubro e o início de novembro.

Nos cálculos apresentados pelo Consecitrus com base nos preços do início da atual safra, a 2012/13, o preço de referência da caixa de laranja para o produtor seria de R$9,64. O valor cobriria os custos da indústria, estimados em R$7,63 por caixa, e dos citricultores, de R$8,63.

A conta considera o dólar a R$2,00 e preços do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) a US$2 mil a tonelada. O preço do suco, por sua vez, é calculado com base nos valor pago pelas engarrafadoras europeias, que compram cerca de 80% das exportações brasileiras de suco, e pelas cotações na bolsa de Nova York.

Nesse cenário, os produtores ficariam com um lucro de R$1,78 e a indústria, de R$1,01 por caixa. A diferença nos resultados entre as duas partes é baseada no total de capital investido ao longo da cadeia. De acordo com o "Modelo Consecitrus", a indústria é responsável por 64% do capital investido na cadeia produtiva e os citricultores por 36%.

O modelo, explicou Mendonça de Barros, será dinâmico, uma vez que os cálculos de custos de produção e preços da caixa serão atualizados mensalmente, conforme as variações do mercado.

Se os preços internacionais do suco de laranja desabarem, por exemplo, toda a cadeia perde, mas na proporção do capital investido. Nesse caso, a indústria contabilizaria 64% das perdas do segmento e os citricultores os outros 36%.

Fonte: Valor Online. Por Luiz Henrique Mendes. 10 de outubro de 2012.


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