O maior consumidor mundial de fertilizantes deve pedir aos fornecedores para cortar os preços do potássio (usado em fertilizantes) em 26% devido à demanda em queda e acumulação dos estoques, disse o chefe de uma associação da indústria.
Para o primeiro semestre de 2013, a China deve pagar menos que US$350 por tonelada de potássio, abaixo dos US$ 470 negociados nos primeiros seis meses de 2012, segundo Wei Chengguang, presidente da Associação da Indústria de Sais de Potássio, que foi fundada por 71 produtores e institutos de pesquisa chineses, segundo o site da associação.
"Os estoques e a produção doméstica provavelmente serão suficientes para o consumo interno no próximo ano", disse Wei. Ele acrescentou que as importações podem continuar se os preços estiverem bons. "Valores acima de US$350 poderiam provocar perdas para os importadores chineses", disse.
Os estoques de potássio foram montados em portos chineses e nas fronteiras, assim como os agricultores mudaram para alternativas mais baratas para a expansão da produção doméstica. O estreitamento da diferença entre consumo e oferta na China deve impedir o país de gastar quantias significativas em ativos de potássio no exterior, afirmou Wei.
Além de ampliar a produção doméstica de potássio, segundo Wei, a China também está construindo projetos no Canadá, Laos e outros países que poderiam começar a produzir em dois anos. Ao mesmo tempo, o industrial afirmou que é impossível para a China gastar uma "fortuna" para ativos de potássio no exterior.
O preço atual de US$470 por tonelada, incluindo custo, seguro e frete, está inalterado desde os últimos seis meses. É o nível mais alto desde 2008, quando os compradores chineses concordaram em pagar um recorde de US$576 por tonelada para contratos anuais, de acordo com Xu Hongzhi, um analista de potássio.
As importações chinesas de potássio podem alcançar o segundo maior nível já neste ano, estimadas em 7 milhões de toneladas, depois da compra agressiva diante das expectativas de que os preços poderiam subir, afirmou Xu. A China importou um recorde de 9,4 milhões de toneladas de potássio em 2007. Ele acredita que o país asiático pode chegar a um acordo para pagar US$400 a tonelada.
A demanda interna por potássio pode crescer para mais de 6,5 milhões de toneladas este ano, ante uma projeção inicial de 6 milhões de toneladas, de acordo com Wei. Os estoques na China podem somar 5 milhões de toneladas até o fim do ano.
No mercado internacional, os preços dos principais nutrientes de fertilizantes arrefeceram ante setembro, mas ainda estão em patamar elevado, acima do ano passado, de acordo com o analista de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima Filho.
Já no Brasil, os preços praticados para os fertilizantes em outubro ficaram praticamente estáveis frente a setembro , segundo Lima Filho, analista da Scot Consultoria. Ele acredita que há possibilidade de queda nas cotações no curto prazo diante do encerramento do plantio da soja, em meados de novembro. Depois do período de cultivo no segundo semestre, a demanda por adubos no país tradicionalmente começa a crescer no início do ano, com o plantio da segunda safra de grãos.
O preço da ureia na primeira quinzena de outubro, base São Paulo, foi de R$1.294 a tonelada, o mesmo valor ante setembro, segundo levantamento da Scot Consultoria. O valor do cloreto de potássio granulado também permaneceu inalterado, a R$1.464 por tonelada. No caso dos fertilizantes fosfatados, o supersimples granulado estava em R$818 neste mês ante R$817 em setembro; e o supertriplo ficou estável a R$1.311 por tonelada.
Fonte: Valor Econômico. Por Carine Ferreira. 18 de outubro de 2012.
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