Produzir leite no Brasil deve se tornar uma atividade bastante vantajosa ao produtor nos próximos anos. Esta é a expectativa do analista e consultor de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro, que falou sobre "O que esperar do mercado de leite no Brasil e no mundo", durante o 1º Encontro Aproleite, que acontece nesta sexta-feira (9/11), no Cenarium Rural, em Cuiabá-MT.
Para Ribeiro, o mercado de leite é promissor ao Brasil. O setor tem se consolidado e se profissionalizado com grandes avanços nos últimos anos. Ele pontua também que há muito espaço para avançar no mercado internacional. "Pensando na crescente demanda mundial por leite, o Brasil aparece com grande potencial para abastecer mercados internacionais. Mas é claro que é preciso melhorar questões como qualidade do leite, logística, preços e volume produzido", comenta Ribeiro.
Sobre o mercado interno, o analista destaca que o crescimento do consumo está associado diretamente ao aumento da renda da população. Segundo ele, a demanda por lácteos no país vem crescendo a uma taxa de 3,0% a 3,5% ao ano, embora o consumo médio por pessoa ainda seja abaixo do ideal, ou seja, em média 170 litros de leite por pessoa ao ano, enquanto que o Ministério da Saúde recomenda entre 200 e 210 litros/pessoa/ano. "A maior diversificação de produtos lácteos que temos hoje contribui com o aumento do consumo, bem como o crescimento vegetativo da população".
Ribeiro pontua ainda que para manter uma relação "custo da produção versus preço do leite" viável, a saída é investir em tecnologia, como nutrição, sanidade, manejo e gestão da propriedade, para aumentar a produtividade e diluir os custos de produção.
Mato Grosso - Segundo o presidente da Famato e do Conselho Deliberativo do Senar-MT, Rui Prado, o objetivo da entidade e da Aproleite é transformar a produção de leite numa atividade vantajosa ao produtor mato-grossense, visto que o preço pago pelas indústrias ainda dificulta a produção. Atualmente, o produtor recebe em média R$0,67, enquanto que o custo de produção gira em torno de R$0,50/ litro, segundo levantamento do Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Leite de Mato Grosso, feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e divulgado pela Famato em abril deste ano.
"Outra situação verificada é que os preços pagos ao produtor diferem no território estadual e oscilam muito durante o ano. Para corrigir essas distorções e fixar um preço médio, a intenção é criar o Conselho do Leite de Mato Grosso (Conseleite) que deve ser constituído por todos que fazem parte da cadeia. Devemos fazer encontros mensais para que os produtores, entidades representativas e a indústria cheguem a um acordo sobre o preço referência praticado mensalmente", explica Prado.
O 1º Encontro Aproleite é uma realização da Aproleite, Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e tem o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso (Sebrae-MT), Organização e Sindicato das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso (OCB-MT), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Fundo Emergencial de Saúde Animal de Mato Grosso (Fesa-MT), Imea, Scot Consultoria e Sindicatos Rurais.
Fonte: Top News. Pela Redação. 9 de novembro de 2012.
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