Responsáveis por grande parte da forte demanda por fertilizantes observada no país no quarto trimestre de 2011, os produtores de Mato Grosso que investem no plantio da safra de inverno de milho pisaram no freio neste ano. Isso porque a futura semeadura da safrinha desta temporada (2012/13), que começará a ganhar força no início do ano que vem, ocupará, em geral, terras que hoje estão sendo plantadas com soja, e esses trabalhos estão atrasados por conta de adversidades climáticas - primeiro a falta de chuvas, depois o excesso de umidade.
Atrasos no plantio normalmente se refletem na colheita, e se a soja demorar demais para ser retirada não haverá tempo suficiente para entrar com as sementes de milho em condições agronômicas favoráveis.
De acordo com Carlos Eduardo Florence, diretor-executivo da Associação dos Misturadores de Adubos (Ama-Brasil), ainda é possível que a demanda para a safrinha ganhe força, mas de fato agricultores mato-grossenses decidiram esperar para definir as compras do insumo para a safra de inverno. No ciclo 2011/12, o milho voltou a liderar a produção brasileira de grãos após uma década graças aos resultados da segunda safra, puxados pelo forte crescimento da produção em Mato Grosso.
De acordo com levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o plantio de soja alcança 77,8% da área prevista para 2012/13, ou 6,14 milhões de hectares. O percentual está em linha com a média dos últimos ciclos - exceto com a de 2011/12, cujo plantio foi mais acelerado que o normal e colaborou para a grande safrinha de milho semeada em seguida -, mas os riscos climáticos agora são maiores.
Em 2011, afirma Florence, a demanda por adubos para o plantio da safrinha começou em outubro; neste ano, deverá ganhar força em dezembro.
O representante da Ama disse, ainda, que há perspectivas de áreas novas para o milho safrinha em Mato Grosso, pois o agricultor está extremamente capitalizado e tem interesse em plantar. Mas ele não sabe até quando vai conseguir postergar o cultivo, que normalmente enfrenta clima desfavorável para a semeadura a partir de março.
Apesar deste cenário, as vendas de fertilizantes em outubro registraram recorde histórico para um mês, somando 3,601 milhões de toneladas, alta de 6,2% sobre outubro de 2011, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). No acumulado do ano, as entregas para o consumidor final subiram 4,4%, para 24,821 milhões de toneladas. As importações de janeiro a outubro somaram 16,2 milhões de toneladas, queda de 4,4% sobre o mesmo intervalo de 2011.
Fonte: Suinocultura Industrial. Pela Redação. 14 de outubro de 2012.
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