As exportações de carne bovina na Argentina em 2012 foram as menores desde 2001, segundo relatório preliminar divulgado pela CICCRA, entidade que reúne os pecuaristas de carne no país.
Segundo o relatório, que condensa os dados dos primeiros 11 meses do ano, o país exportou 168 mil toneladas de carne refrigerada ou fresca, conseguindo uma receita de US$913,7 milhões. Em 2001 - marcado pelo colapso econômico do país, que culminou na queda do governo -, o país exportou 143 mil toneladas no mesmo período.
Os embarques representam queda de 23,5% em volume financeiro e de 26,6% em toneladas em relação ao mesmo período em 2011. O resultado consolida a posição do país como a menor exportadora entre os países do Mercosul, com exceção da Venezuela, e a décima exportadora mundial de carne, atrás de Índia, Brasil, Austrália, EUA, Nova Zelândia, Uruguai, Paraguai e México, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.
As exportações de carne argentina recuam desde 2005, quando o governo restringiu os embarques de produtos alimentícios estratégicos para o mercado interno. Naquele ano, as vendas do produto chegaram a 687 mil toneladas.
As divisas geradas pela carne bovina já são menos importantes para a Argentina dos que as do setor lácteo. Segundo o último relatório do ministério da Agricultura, também com dados de janeiro a novembro de 2012, a Argentina obteve receita de US$1,3 bilhão com a venda de leite e outros derivados de leite, ante US$1,1 bilhão com a carne bovina e derivados (vísceras, miúdos, sangue, etc). As exportações de couros e peles renderam US$283,9 milhões, e também recuaram 22,7% em volume financeiro entre 2011 e 2012.
Enquanto as exportações de carne bovina definham, as de carnes e derivados de aves avançam. Atingiram de janeiro a novembro US$492 milhões, alta de 25% frente ao mesmo período de 2011. A Venezuela é o principal indutor desta expansão: mais que dobrou as compras de frango argentino, elevando-as de US$57 milhões a US$140 milhões entre um ano e outro.
A queda na venda de carne bovina ao exterior acontece diante de um paradoxo: a produção subiu na Argentina, com aumento de 3,9 % em relação a 2011, atingindo 2,4 milhões de toneladas. O motor do aumento de abates foi o mercado interno, com o consumo per capita ano atingindo 58,4 quilos. Mas a CICCRA alerta que a falta de rentabilidade está levando a um aumento no abate de fêmeas. Segundo a entidade, o percentual de vacas abatidas atingiu 42,6% do total, ante 39,3% há um ano, o que sinaliza para uma redução do rebanho.
Fonte: Avicultura Industrial. Pela Redação. 10 de janeiro de 2013.
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