Levar a carne às brasas para o tradicional churrasco deve ficar mais barato a partir desta terça-feira. Após o governo federal anunciar na sexta-feira a desoneração de vários produtos da cesta básica, o item será o primeiro a ter o preço reduzido no varejo, confirma a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).
A medida eliminou o PIS/Cofins de 9,25% que era cobrado de carnes como a bovina, suína, de aves e de ovinos. Segundo o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, a tendência é o consumidor perceber uma redução média de 5% nos preços. A queda, no entanto, ainda depende de não haver aumento de preço pela indústria, pondera.
- Para a carne já há espaço para queda de preço para terça-feira. Mas isso se os fornecedores entregarem o produto pelo mesmo preço - ressalvou nesta segunda-feira (11/3) o dirigente.
Para a Agas, a redução do preço da carne para o consumidor significa a possibilidade de um aumento do consumo em um percentual semelhante ao da queda. Ou seja, se ficar 5% mais barata, a procura também pode subir 5%. Para a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o preço pode até cair 6%. O Sindicato da Indústria de Carne e Derivados no Rio Grande do Sul (Sicadergs) nega possibilidade de aumento.
- Não, porque não há previsão de alta no preço da matéria-prima - diz o diretor executivo da entidade, ZilmarMoussalle, lembrando que nesta época, o final do verão, normalmente cresce a oferta de gado para abate.
Para a indústria, pouco muda. O setor já estava isento de PIS/Cofins na carne bovina desde o ano passado. A novidade foi a desoneração para o produto ovino também para os frigoríficos.
Apesar da expectativa do varejo, o pesquisador de mercado Renato Fagundes Bittencourt, da Scot Consultoria, avalia que os preços ao consumidor podem até cair em um primeiro momento, mas, se confirmada a tendência de aumento de consumo, os preços devem voltar a subir. Desta forma, ao longo do tempo, apenas os supermercados tirariam benefício da desoneração.
- A situação vai melhorar mais para o varejo do que para o consumidor final - afirma Bittencourt.
Dados da Scot indicam que o consumo per capita de carne bovina no Brasil, por exemplo, subiu de 39,67 quilos em 2011 para 42,33 quilos no ano passado.
Longo contesta. Para ele, o consumidor está cada vez mais atento e, quando percebe o aumento do preço de um tipo de carne, migra para outra, o que acaba regulando o mercado.
Fonte: Zero Hora. Pela Redação. 11 de março de 2013.
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