Uma das discussões atuais no setor de café é se o brasileiro continua tomando uma bebida de baixa qualidade, enquanto o produto de melhor qualidade é exportado.
É difícil quantificar em números, mas essa discussão começa a ficar para trás, segundo produtores, exportadores e indústria.
O produtor João Araújo diz que, mesmo sem estatísticas regulares, pode-se prever consumo próximo de 5 milhões de sacas de cafés finos.
O consumo interno cresce mais exatamente onde a bebida exige qualidade: restaurantes, escritórios, cafeterias, máquinas de casa e até algumas redes de supermercados.
Silvio Leite, da Agricafé, diz que os melhores cafés começam também a ficar no país. O consumidor nacional está adquirindo uma percepção sensorial e leva cada vez mais cafés melhores para casa.
Guilherme Braga, do Cecafé (entidade que congrega os exportadores), diz que boa parte do café que fica no país não difere do exportado. O volume de café de boa qualidade produzido pelo Brasil cresce e abastece também o mercado interno.
Nathan Herskowicz, diretor-executivo da Abic (associação das indústrias), diz que antes dos anos 2000 não existiam cafés gourmet. Hoje são 118 marcas que, compulsoriamente, se submetem à certificação e ao monitoramento do controle de qualidade da Abic.
Está ocorrendo nos últimos anos uma ascensão do consumidor para café com melhor qualidade.
Ele adverte, no entanto, que pelo menos 10,0% do produto colocado no mercado ainda é de baixa qualidade.
Fonte: Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 18 de março de 2013.
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