A safra brasileira de milho deve bater um novo recorde em volume de produção. Dados do IBGE divulgados na terça-feira (9/4) preveem uma produção 0,6% acima do que a estimada em fevereiro. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de março aponta que e safra de milho grão deve totalizar 74,9 milhões de toneladas no ano, volume recorde. A área plantada aumentou 1,6% em relação ao estimado em fevereiro, enquanto a área colhida foi 0,4% maior. O rendimento médio também cresceu (0,2%) em relação ao mês anterior.
Esses números deixam o produtor mato-grossense preocupado. O estado, responsável por boa fatia dessa produção, sofre com a falta de armazéns para estocagem dos grãos e com a logística, fatores que encarecem a produção e reduzem a margem de lucro. Além disso, os produtores temem uma redução nos preços de mercado.
Esta semana, produtores de Lucas do Rio Verde se reuniram com representantes do Sindicato Rural e da Aprosoja para discutir a elaboração de uma carta a ser encaminhada as autoridades do setor pedindo que sejam viabilizados novos armazéns para a estocagem dos grãos, entre outros itens.
O presidente do Sindicato, Julio Cinpak, relatou que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), responsável pelo credenciamento de armazéns, tem apresentado restrições para cadastrar armazéns na região de Lucas. "Só com a certificação e isso tem uma série de problemas", destaca. Com essas restrições, poucos armazéns a disposição para estocar a produção.
Sem local para armazenar o milho, os produtores esperam que o governo faça os contratos de opção, onde sinalização com a compra de 4 milhões de toneladas. Outra alternativa seria a utilização de mecanismos como o que premia o produtor pela qualidade alcançada em produtos para exportação. Isso viabilizaria a transferência de parte da produção de Mato Grosso para outros Estados que não produzem ou cuja produção ficou abaixo do estimado. Por último, os produtores esperam que o Governo libere recursos do EGF (Empréstimo do Governo Federal) para a manutenção do milho que ficar estocado.
Cinpak lembra que em safras anteriores o preço da saca na região chegou a R$20,00, uma situação considerada atípica. Na época, com a seca nos Estados Unidos, houve queda sensível na produção, refletindo no preço nos demais mercados produtores. Com a expectativa de boa safra nos EUA, a projeção é de baixa no preço no país. "Nós saímos na casa de R$16,00, R$17,00, liquidando na exportação por R$10,00 ou até menos que isso. Esse preço do milho não remunera os custos de produção. Essa é a grande preocupação", ressalta Cinpak.
Fonte: Canal do Produtor. Pela Redação. 10 de abril de 2013.
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