O etanolduto, que estava previsto para março deste ano, ainda não foi entregue. E a situação pode piorar, já que a Petrobras, uma das empresas parceiras do projeto, informou que, pelo menos este ano, não vai investir na construção. O projeto do etanolduto pretende interligar as principais regiões produtoras de etanol nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
O sistema logístico do etanol envolve rios, estradas, dutos e o mar. A primeira parte do projeto está praticamente pronta. Os dutos fazem a conexão entre o principal polo produtor de etanol brasileiro à cidade onde está o maior centro distribuidor do combustível no país. O trecho inicial tem mais de 200 quilômetros de vias e custou cerca de R$1,00 bilhão. As obras deveriam ter acabado em janeiro e a inauguração estava prevista para março.
O primeiro trecho que vai transportar etanol para quatro Estados brasileiros está pronto e liga Ribeirão Preto (SP) a Paulínia (SP). O que seria uma forma de agilizar o transporte está completamente parado. No local, só placas de aviso indicando que existe uma via do etanolduto.
A empresa responsável pela construção e operação do sistema logístico afirma que não houve atraso. Segundo a Logum Logística S.A - empresa responsável pela construção e operação do etanolduto -, a inauguração ainda não aconteceu por problemas na agenda da presidente Dilma Rousseff.
Para o vice-presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) José Coral, a inauguração é fundamental para que a obra tenha continuidade. Ele lista os benefícios que o etanolduto vai trazer aos produtores.
Maravilhoso, econômico, mais barato, importante, certeza de retorno, sem falar na questão ambiental, que vai tirar milhares de caminhões das estradas. Mil caminhões fora das rodovias. O projeto beneficia pequenas usinas da região em custo e rapidez. Cai o custo para o produtor, o preço cai pouco, mas cai - disse Coral.
O projeto começou há cerca de dois anos. A Petrobras, que antes era parceira, informou que em 2013 não vai investir no etanolduto.
O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Carvalho, acredita que sem a Petrobras o cronograma das obras vai atrasar e dificilmente o etanolduto deverá ser entregue como prometido. Uma das principais preocupações é um duto que termina nesta refinaria da Petrobras, em Paulínea. O que poderia, inclusive, comprometer a logística da construção, que tem prazo para a entrega em 2016.
- É uma grande dúvida. E é uma dúvida que, ao mesmo tempo, nos entristece, porque essa, sem dúvida alguma era uma meta extraordinária e fazia do etanol um produto diferenciado no Brasil, em termos de logística, ou seja, o setor cana tinha na saída logística desse duto uma valorização muito grande. Então, obviamente, isso é ruim para toda a cadeia produtiva - disse Carvalho.
Fonte: Canal Rural. Pela Redação. 16 de abril de 2013.