A partir da detecção de fraude em lotes de leite recebidos por quatro empresas no Rio Grande do Sul (três com inspeção federal e uma estadual), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) intensificou a coleta de amostras no estado. Foram 3,20 mil coletas desde junho do ano passado. As ações agora serão intensificadas no resto do país em relação à análise para detecção de ureia. A informação foi dada durante coletiva à imprensa no Mapa na quarta-feira, 8 de maio.
"A primeira detecção de formol aconteceu em uma inspeção de rotina em junho de 2012, no Rio Grande do Sul. Desde então, o Mapa tem aumentado as fiscalizações para descobrir a origem do problema", destacou a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa/Mapa), Judi Nóbrega.
Cerca de 600 mil litros de leite foram detectados com indícios de fraude entre junho de 2012 e abril deste ano. Todos os produtos processados pelas indústrias que apresentaram problemas foram colocados em apreensão cautelar. Se não fossem encontradas irregularidades, eram liberados para comercialização. Quando havia inconformidades, eram imediatamente descartados. "Esse processo foi fundamental durante as investigações para identificar os responsáveis pela fraude".
O Ministério Público do Rio Grande do Sul, que firmou acordo de cooperação técnica com a Superintendência Federal de Agricultura do estado em 2008, foi acionado em novembro do ano passado para auxiliar na apuração das irregularidades. "A partir das investigações, descobriu-se que o problema estava no transporte, e não na origem [fazenda produtora] e nem na indústria", explicou a diretora.
O trabalho do Programa Nacional de Combate à Fraude no Leite vem sendo aperfeiçoado desde 2007, contemplando ações fiscalizatórias com foco em verificação de indícios de fraude e coletas oficiais de amostras (cerca de quatro mil por ano).
A partir da detecção dos indícios de ureia no ano passado, o Ministério da Agricultura agora vai direcionar ações para este foco. O Ministério trabalha agora para traçar um padrão de ureia que permita identificar desvios da faixa de normalidade, tendo em vista que o composto nitrogenado é um componente natural do leite.
As irregularidades encontradas configuram em crime - o que foge à alçada da fiscalização sanitária. No entanto, a quantidade de formol existente na composição da ureia utilizada na fraude é ínfima, o que representa baixo risco em relação à saúde pública.
Fonte: Mapa. Carlos Mota. 8 de maio de 2013.
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