O diretor geral do Conselho de Exportadores de Café (CECAFÉ), Guilherme Braga, estimou que a exportação brasileira do produto na safra 2013/2014, que começa em julho e vai até junho de 2014, deve alcançar entre 31 e 32 milhões de sacas de 60 quilos. Segundo ele, se confirmada a produção, o país retomará o volume histórico embarcado para o exterior.
Na atual safra 2012/2013, que termina em junho, o CECAFÉ estima o embarque de 30 milhões de sacas. A receita cambial deve ficar entre US$5,70 bilhões e US$60 bilhões, considerando dólar de US$2,00, valor que Braga considera "factível". Segundo o dirigente do CECAFÉ, o setor não tem sofrido com o apagão logístico, lembrando que o café é embarcado em contêineres, diferentemente dos grãos, a granel.
O diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Silva, disse, na terça-feira (28/5), em São Paulo, que as cotações mundiais da commodity estão em queda apesar dos fundamentos que dariam sustentação aos preços. "Alguns fundamentos não estão sendo absorvidos pelo mercado", disse Silva.
Entre os fundamentos que estariam sendo desprezados pelo mercado estão a queda de safra na América Central e os estoques mais baixos do produto nos países consumidores. A safra da América Central deve ter quebra de 2,70 milhões de sacas, provocada pela ferrugem. Em relação aos estoques, o diretor da OIC disse que são "historicamente os mais baixos".
Robério Silva lembrou que as indústrias precisam dos cafés finos da América Central para a formação de seus blends. Isso se reflete nos diferenciais de preço, que estão se ampliando, já sinalizando uma menor oferta dessas variedades.
O consultor do mercado de café Carlos Brando disse na terça-feira que o consumo do produto solúvel deve registrar forte crescimento nos próximos anos. Segundo ele, o preço do café solúvel é atraente e, além disso, há inovações neste segmento, como a oferta de produto orgânico, sustentável, capaz de contemplar todas as faixas de renda.
Outra tendência é de aumento do consumo de monodoses ou sachês, assim como o que ele chamou de consumo "três em um", modalidade na qual o consumidor opta por um café misturado ao leite e já adoçado, ou chocolate. O consultor também citou como tendência a abertura de novas lojas de venda de produtos de café. De acordo com Brando, a demanda por café caminha para a Europa Oriental e para a Ásia, em particular China, Coreia do Sul e Índia. Por conta disso, deve crescer o consumo de café robusta, principalmente na forma de solúvel, a opção natural nesses novos mercados, em substituição ao chá.
Fonte: Globo Rural. 28 de maio de 2013.
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