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Produtores reclamam dos preços pagos pelo milho em Mato Grosso


Terça-feira, 18 de junho de 2013 - 17h15

A estimativa da safrinha de milho em Mato Grosso passou de 13 para 17 milhões de toneladas, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA). A fartura de grãos tem preocupado os produtores, que por falta de estrutura para a armazenagem e de exportações, fecham contratos com preços abaixo do custo de produção.

Tudo favorável para uma safra recorde no Estado. Os produtores aumentaram a área plantada em 500 mil hectares e o clima ajudou. Choveu na hora e na medida certa. Porém, se a colheita é promissora, o mesmo não se pode dizer dos preços pagos ao produtor.

Desde a safra de 2005, o produtor não sofria tanto para fechar as contas da lavoura. O produtor Luis Carlos Dalla Libera lembra que, pelo menos naquela época, o preço pago em era maior que as últimas propostas que vem recebendo. Hoje, na faixa de R$9,00 a saca.

- A gente investe em tecnologia. Comecei vendendo a R$12,50, depois baixou para R$11,50, e agora isso. Naquela época, pagavam R$10,00, mas o insumo era mais barato - diz o produtor.

O consultor Naildo Lopes afirma que para os produtores recuperarem os investimentos seria necessário que uma saca fosse comercializada a pelo menos R$15,00. Ele defende medidas do governo para auxiliar o setor.

- As trendings pressionam para comprar mais barato. O governo tem que dar preço mínimo - fala.

Além dos preços baixos, dados do Imea mostram que a comercialização da safra está em ritmo mais lento do que no ano passado.

- Hoje está se comercializado 36,0%. No ano passado, era 54,0% nessa época. Essa comercialização antecipada se deve à troca à vista que o produtor vem fazendo - diz Daniel Latorraca, gestor do IMEA.

Diante da dificuldade com a falta de armazéns no estado, produtores estão buscando alternativas como o silo bolsa, que protege o milho e garante a segurança para comercializar a safra no melhor momento. Daniel Latorraca defende o desenvolvimento das cadeias de suínos e de aves, que demandam o grão para a alimentação.

- O consumo no estado com suínos, aves e até mesmo o etanol de milho deveriam ser repensados.

Com preços baixos e sem perspectivas de exportar os mesmos volumes de 2012, o aumento da área registrado em todo o Estado não deve se repetir na próxima safra. Luis Carlos Dalla Libera, que plantou 700 hectares a mais de milho, deve retornar ao sorgo.

- Tem que plantar 30,0% do que foi essa safra, que aí os preços voltam para R$16,00, R$18,00. É o que o produtor precisa - finaliza.

Fonte: Canal Rural. 18 de junho de 2013.


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