Apesar da desaceleração da economia chinesa, o Brasil manteve o superávit comercial com o país asiático no primeiro semestre.
A diferença entre tudo o que o país exportou e importou da China somou US$5,4 bilhões entre janeiro e junho, aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2012.
Em 2011, o saldo havia sido positivo em US$5,3 bilhões e, nos anos anteriores, ele foi bem mais modesto, além de ter havido déficit.
Logo, o ritmo menor de crescimento do gigante asiático pouco contribuiu para o déficit da balança comercial brasileira no primeiro semestre, o pior em 18 anos.
Com exceção do petróleo, que amargou queda de 25% nas exportações, os principais produtos da pauta exportadora para a China tiveram aumento nas vendas.
Até o minério de ferro, que passa por um período de preços baixos, registrou um leve crescimento, de 2%, nas receitas com as vendas à China.
Também houve altas significativas nas exportações de celulose (18%) e de açúcar (156%), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior.
A maior influência para o superávit comercial, no entanto, partiu da soja, cujas vendas para a China aumentaram 25% nos seis primeiros meses deste ano.
Após um início de ano fraco, com os embarques prejudicados por problemas logísticos e pelas chuvas, as receitas geradas pelas vendas da oleaginosa para a China atingiram US$9 bilhões só no segundo trimestre, ante US$1,7 bilhão no primeiro.
Essa disparada nos embarques elevou o saldo comercial com a China para US$6,5 bilhões entre abril e junho, o maior já registrado para um trimestre, segundo o Conselho Empresarial Brasil-China.
O apetite chinês não para por aí: o país deve responder por mais de 90% do aumento das exportações globais de soja na próxima safra.
Mas, se, por um lado, esse incremento pode continuar sustentando a balança, por outro ele inibe a atividade da indústria brasileira, já que a China compra o grão para produzir óleo e farelo de soja internamente.
Nesta safra, pela primeira vez, as exportações brasileiras do grão vão superar o volume de soja processado no país, segundo a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).
Fonte: Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 13 de julho de 2013.
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