Estão no Leste Europeu e no Japão duas das esperanças dos produtores de suínos do Rio Grande do Sul para equilibrar as contas e retomar o lucro que foi consumido no primeiro semestre deste ano.
Depois de um ensaio de bons preços no início de 2013, a cotação da carne suína despencou quando a Ucrânia, maior comprador do Brasil em volume, fechou as portas às importações brasileiras. Os animais que já estavam prontos para abate ou sendo terminados acabaram invadindo o mercado nacional. Como a Ucrânia adquiria metade das exportações gaúchas de suínos, a carne que não embarcou para o Leste Europeu acabou ficando por aqui e derrubou as cotações no mercado interno.
Produtores como Mauro Gobbi, de Rondinha, exemplificam o baque no setor depois de 20 de março, quando o embargo foi anunciado. Com alojamento médio de 8 mil animais, Gobbi chegou a negociar o quilo por R$2,80 no início do ano. Um bom preço, como diz. Na última venda, não conseguiu mais do que R$2,40.
"O produtor não tem como suspender a criação de uma hora para outra. O que produzíamos para a Ucrânia ficou no Brasil. Com tanta oferta, perdemos uns R$40 por animal. No final das contas, foram R$300 mil que deixaram de entrar" lamenta Gobbi.
Para se ter uma ideia do impacto da suspensão, basta olhar os números das exportações gaúchas entre abril e maio, dois meses que ficaram prensados entre o embargo e a liberação, no dia 19 de junho. A queda, em valores, chega a quase US$13 milhões no comparativo com os mesmos dois meses de 2012, quando os embarques somaram US$63,5 milhões, ante US$50,9 milhões, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS).
Fonte: Zero Hora. Por Thiago Copetti. 19 de julho de 2013.
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