O primeiro hambúrguer de carne sintética foi retirado na sexta-feira (6/8) de uma placa de Petri e colocado em uma frigideira, da qual saiu para ser consumido por degustadores que descreveram um sabor "parecido com o de carne".
Cultivado em laboratório a partir de células-tronco bovinas, ao custo de 250 mil euros (332 mil dólares), o hambúrguer foi preparado e comido diante de câmeras de televisão, para dar grande visibilidade midiática ao encerramento dessa experiência de cinco anos.
O hambúrguer - com aspecto comum, redondo e avermelhado - foi criado pela junção de 20 mil fitas de proteína de laboratório, além de ingredientes habituais no prato, como sal, miolo de pão e ovo desidratado. Suco de beterraba e açafrão foram usados para dar cor.
Os dois degustadores foram comedidos em sua avaliação, talvez para não ofender o anfitrião do evento em Londres, e observaram a "ausência de gordura" do hambúrguer.
Pressionados a descreverem o gosto de forma mais detalhada, o crítico gastronômico Josh Schonwald disse que a carne artificial lembra um "bolo de proteína animal".
Nem mesmo o cientista responsável pela criação do hambúrguer, Mark Post, da Universidade de Maastricht, na Holanda, demonstrou muito entusiasmo com o sabor. "É um ótimo começo", disse ele a centenas de jornalistas que viram a carne ser preparada e servida.
O objetivo do cientista holandês era mostrar ao mundo que no futuro a carne não precisará necessariamente vir da criação e abate de milhões de animais, um processo econômica e ambientalmente custoso.
"A atual produção de carne está no seu máximo - precisamos encontrar uma alternativa", disse ele.
Post rejeitou pedidos dos jornalistas que queriam experimentar a carne, dizendo que não havia suficiente para todos. Mas afirmou que serviria os restos aos seus filhos.
Fonte: Reuters. Por Kate Kelland. 6 de agosto de 2013.
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