O secretário-executivo do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC), Terry Townsend, alertou produtores brasileiros para a perda de competitividade da commodity no exterior. A situação se verifica mesmo com um dos menores custo de produção do mundo, abaixo de US$1 por libra-peso, enquanto em outros países os gastos chegam a US$1,50 por libra-peso.
Em palestra no 9º Congresso Brasileiro do Algodão, Townsend destacou que os ganhos de produtividade no campo estagnaram nos últimos anos, enquanto fora da porteira o Brasil perde na logística. Além disso, os custos das transações são altos devido ao excesso de burocracia.
- O Brasil tem a vantagem agrícola, mas é limitada, pois o custo de ser fazer negócio no Brasil é muito alto - disse.
Townsend mencionou, como alto custo das transações, o valor do frete para levar algodão de Mato Grosso para o Porto de Santos (SP), que é de 7,59 centavos de dólar por libra-peso. Segundo ele, o custo de transporte do campo para os portos são de 4 centavos nos Estados Unidos, de 3 centavos na Austrália e de 2,5 centavos na Índia.
Ele também alertou para o alto índice de inadimplência na comercialização do algodão brasileiro. Townsend disse que levantamento da Associação Internacional de Algodão (ICA) relativo à safra 2012/2013 mostra que o índice de inadimplência foi zero nos Estados Unidos e na Austrália, contra 2% no Usbequistão e 12% na Índia. No Brasil houve 18 casos de inadimplência, dos quais 15 eram produtores.
Fonte: Estadão Conteúdo. 4 de setembro de 2013.
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