O governo deve definir até o final deste ano as medidas de apoio ao setor cafeeiro para a safra 2014/15, que começa ser colhida a partir de abril. O assunto foi discutido em reunião realizada na quinta-feira (3/10) no Ministério da Agricultura.
O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado federal Silas Brasileiro (PMDB/MG), e o presidente da Comissão Nacional do Café Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, juntamente com dirigentes das cooperativas de cafeicultores, se reuniram com o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Gerardo Fontelles, e o diretor do Departamento de Café, Jânio Zeferino da Silva.
Na reunião, o governo se comprometeu a apresentar um cronograma das medidas de apoio à cafeicultura que serão implementadas no próximo ano, com a programação da liberação de recursos para ordenamento da oferta e venda da produção em melhor cenário de preços.
Em função de problemas na definição no orçamento houve atraso na definição das medidas de apoio à cafeicultura nesta safra. Os recursos do Funcafé para financiar a estocagem e comercialização do café, além do capital de giro das cooperativas e empresas do setor, começaram a ser liberados apenas no mês passado.
No encontro também foi discutida a possibilidade de criação de uma coordenação geral no Ministério da Agricultura para as culturas perenes, que seria responsável pela coleta de números da cafeicultura mundial, a fim de permitir melhor planejamento para o setor.
O ponto central do encontro foi o pedido de suspensão automática, por 90 dias, do pagamento das parcelas de crédito rural da cafeicultura. Os produtores argumentam que o adiamento é necessário para que possa "avaliar a situação financeira do setor e apresentar sugestões que visem sanar, definitivamente, a grave falta de renda na atividade".
Os cafeicultores também pediram ao governo urgência na aprovação do registro e a liberação dos princípios ativos Cyantraniliprole e Chlorantraniliprole/Abamectin, desenvolvidos pelas empresas DuPont e Syngenta, que são utilizados no controle da broca do café. Eles alegam que não existe um substituto eficaz para o endossulfan, que foi banido do mercado neste ano.
Armazéns
Uma das reivindicações dos produtores atendida pelo governo foi a autorização para entrega do café dos contratos de opções em armazéns privados credenciados pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). A medida vale para o próximo leilão e para os outros três realizados nas últimas semanas.
Antes os produtores deviam entregar o café em quatro armazéns oficiais: Bauru (SP), Colatina (ES), Uberlândia (MG), Apucarana (PR) e Irecê (BA). Os produtores reclamavam que muitos municípios cafeeiros estavam distantes dos armazéns públicos, o que inviabilizava a participação no leilão.
Fonte: Estadão Conteúdo. 3 de outubro de 2013.
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