A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PMDB/TO), participou na segunda, dia 21, em São Paulo, de uma reunião com empresários e lideranças do agronegócio para apresentar a programação da comitiva que irá à China de 5 a 15 de novembro.
A comitiva fará promoção comercial dos produtos agropecuários brasileiros no mercado chinês, com o objetivo de ampliar e diversificar a pauta comercial entre os dois países.
Kátia Abreu lembra que a pauta está concentrada basicamente na soja, que responde por 72% das exportações dos produtos do agronegócio para o país asiático.
- Precisamos do apoio das agroindústrias para buscar essas parcerias com este mercado tão promissor - disse ela, que pretende contribuir para aumentar as exportações e atrair investimentos chineses em segmentos como carnes bovina, suína e de aves, café, açúcar e etanol, produtos lácteos, produtos florestais, suco de laranja, caprinos e ovinos, pescados, entre outros.
A senadora observou que, apesar da importância de parceiros comerciais como Estados Unidos e União Europeia, não há perspectivas de aumento expressivos das exportações para estes dois mercados, "diante da autossuficiência do primeiro e do protecionismo praticado pelo bloco europeu".
Em contrapartida, disse ela, a China tem 1,3 bilhão de pessoas que "precisam se alimentar" e uma classe média que cresce cada vez mais.
A intenção da CNA é fortalecer a agroindústria brasileira, especialmente a média.
- Por isso, estamos negociando linhas de crédito especiais para este segmento. Apesar da competência dos diplomatas, não estamos vendo avanço para o Brasil nas questões internacionais. Estamos ficando pra trás em relação a países vizinhos. Se há problemas políticos e diplomáticos, isso não nos diz respeito. Precisamos fazer nossa parte. Temos a cultura de esperar os programas do governo, mas temos de puxar o carro para o governo vir com o combustível - afirmou.
A senadora afirmou que existe interesse das churrascarias brasileiras em investir na China, o que poderá ajudar a reforçar a presença da carne brasileira no continente asiático. Ela também citou o potencial de mercado para o café, argumentando que, apesar de o consumo do produto na China crescer 30% ao ano, os chineses consomem apenas três xícaras de café/ano, enquanto a média mundial é de 250 xícaras anuais.
- Precisamos criar uma Starbucks brasileira. Meu sonho é que eles passem a consumir, em um primeiro momento, 20 xícaras por ano - destacou.
Fonte: Estadão Conteúdo. 22 de outubro de 2013.
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