A remoção dos gargalos logísticos para o escoamento ágil e eficiente da produção de grãos da região Centro-Oeste requer investimentos da ordem de R$36,4 bilhões na execução de 106 projetos prioritários para ampliar e modernizar a infraestrutura de transportes no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Os cálculos constam do Projeto Centro-Oeste Competitivo, divulgado terça-feira, 29/10, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Segundo o estudo, o setor produtivo do Centro-Oeste gasta R$60,9 bilhões por ano com o transporte de cargas, valor correspondente a 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB) da região.
Pelos cálculos das duas entidades, a melhoria das condições logísticas proporcionaria uma economia anual de R$7,2 bilhões no escoamento da produção para os mercados interno e externo, levando em conta o volume de cargas projetado para 2020.
O estudo identificou 308 projetos de infraestrutura necessários para aprimorar o sistema logístico da região e foram selecionados 106 como prioritários, devido ao maior impacto na redução dos custos logísticos.
Ao identificar os investimentos que mais ajudariam a reduzir o custo logístico, o estudo dá uma contribuição ao governo no planejamento da infraestrutura de transportes no médio e longo prazo, dizem as entidades.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirmou que "a indústria pode e quer participar do esforço para recuperar e modernizar a infraestrutura do País. Uma rede de transporte integrada e eficiente facilita a distribuição dos produtos, reduz os custos e aumenta a competitividade brasileira".
A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, observa que embora 56% da produção nacional de grãos situem-se no chamado Arco Norte, apenas 14% do volume produzido é escoado pelos portos das regiões Norte e Nordeste.
Somente com investimentos maciços em infraestrutura, aproveitando os "mississippis brasileiros", será possível inverter esta lógica que sobrecarrega os portos do Sul e do Sudeste, baixando os custos e preservando o meio ambiente, comenta a senadora.
O estudo Centro-Oeste Competitivo constatou que apenas 19 das 106 obras listadas como prioritárias estão em andamento, o que equivale a 16,4% dos investimentos apontados como necessários para a região. Mais de 70% dos projetos ainda estão em planos e não têm sequer o projeto básico.
O trabalho recomenda a execução de 26 projetos em transporte ferroviários, com investimentos de R$17,56 bilhões. Para melhorar a estrutura portuária, o estudo aponta 25 projetos prioritários, com investimentos de R$8,47 bilhões.
No modal hidroviário são recomendadas 34 obras consideradas essenciais, com investimentos de R$6,69 bilhões. O estudo aponta 21 projetos rodoviários, que requerem investimentos de R$3,67 milhões. A previsão é que estes investimentos poderiam ser pagos em pouco mais de cinco anos.
Fonte: Agência Estado. 29 de outubro de 2013.
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