O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu que a Tailândia abandone o seu programa multibilionário de subsídios para o arroz e suspenda outras medidas de estímulo fiscal para equilibrar o orçamento e destinar recursos a projetos que visem o crescimento do país.
As recomendações do FMI surgem após a Tailândia ter prorrogado em outubro o programa de subsídios pelo terceiro ano.
O programa, por meio do qual o governo compra arroz dos produtores locais a um preço superior ao de mercado, foi lançado em 2011, depois que o primeiro-ministro tailandês, Yingluck Shinawatra, assumiu o gabinete.
A iniciativa tinha como objetivo estimular os investimentos em áreas rurais e apoiar os agricultores do país.
O governo também esperava elevar os preços mundiais do cereal ao estocar a produção doméstica.
Mas o plano surtiu efeito contrário, dado que exportadores como a Índia e o Vietnã preencheram o vazio no mercado, tirando a Tailândia da posição de maior exportador mundial de arroz.
O programa de subsídios deixou o governo de Yingluck com uma enorme despesa e milhões de toneladas de arroz nos armazéns.
O governo desembolsou cerca de 670,0 bilhões de baht, ou US$21,2 bilhões, desde que o programa entrou em vigor, pagando prêmios de 35,0% a 50,0% frente aos valores praticados no mercado.
Em julho, o Ministério de Comércio anunciou prejuízo de 136,0 bilhões de baht, ou US$4,3 bilhões, no ano-safra 2011/12.
"É inevitável para o governo incorrer em perdas, já que o esquema continua inalterado", informou o FMI.
Fonte: Estadão Conteúdo. 12 de novembro de 2013.
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