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Alternativas para logística prometem aliviar capacidade de armazenagem


Segunda-feira, 25 de novembro de 2013 - 09h24

O leste de Mato Grosso, muito conhecido pela pecuária, está sendo utilizado para o cultivo de soja. São imensas áreas de pastagens degradadas, transformadas em lavouras. Importantes alternativas logísticas da região vêm atraindo investimentos, inclusive para superar um problema crônico no Brasil: a falta de capacidade de armazenagem.

A região Centro Oeste do país é a que mais colhe grãos. Foram 78,0 milhões de toneladas na última safra, e a quantidade deve ser maior na próxima. Mato Grosso lidera os números com 46,0 milhões de toneladas. O estado que tanto produz é também o que tem maior déficit de armazenagem. Falta espaço para guardar 25,0 milhões de toneladas.

Mesmo atrasado, Mato Grosso vem correndo atrás do prejuízo. A região de Canarana, localizada no leste, é apontada por especialistas como a bola da vez. A área de plantio é a que mais aumenta no estado, e a logística aponta para um futuro promissor com estradas, ferrovias e hidrovias passando muito próximo da região. Tudo isto vem aumentando e muito os investimentos em armazenagem.

- Canarana, de três ou quatro anos pra cá, duplicou o aumento de lavoura. Nós tínhamos em torno de 100,0 mil hectares e passamos para 212,0 mil hectares este ano. E temos mais 350,0, 400,0 mil hectares de pastagens degradadas que podem ser transformados em lavouras - conta o presidente do Sindicato Rural, Arlindo Cancian.

Para escoar um volume tão grande, não só de Canarana, mas dos municípios localizados entre os rios Araguaia e Xingú, os produtores apostam em duas possibilidades:

A hidrovia pelo rio Tocantins que passaria pelas eclusas da hidrelétrica de Tucuruí, e levaria a produção até o porto de Vila do Conde, em Belém. Ela ainda depende de questões ambientais. A outra opção seria a ferrovia de integração Centro-Oeste, a FICO, que ligará Lucas do Rio Verde ao município de Campinorte, onde se encontra com a ferrovia Norte Sul.

- A FICO vai passar a 11,0 quilômetros do centro da cidade de Canarana. Nós temos um trabalho muito grande. Já está em fase de arrima, da BR 080, Ribeirão Cascalheira/ Luis Pires, que liga com a Norte Sul lá em Campinorte, próximo a alvorada. Isto são 650 quilômetros de Canarana, e temos a 158 que é a ligação direta hoje com os portos de Belém. Tem algumas deficiências, mas o caminhão embarca aqui e chega lá sem dúvida nenhuma - garante o secretário municipal de Indústria e Comércio, Marcos da Rosa.

As opções que invertem o rumo do escoamento, hoje direcionado para o Sul, vêm chamando a atenção de tradings que estão fazendo grandes investimentos em Canarana. Pelo menos cinco grupos vêm construindo armazéns. Um deles, com capacidade para 73,0 mil toneladas, começa a operar já na próxima safra. Até o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural vem investindo em cursos de capacitação.

- Hoje nós temos treinamento de segurança do trabalhador rural, treinamento de armazenamento e secagem de grãos que a pessoa vai estar habilitada para trabalhar num empreendimento deste porte. E temos ainda um treinamento de NR 33, que é espaço confinado. Então todos os treinamentos são voltados para capacitação do trabalhador rural, e também do produtor para acompanhar o desenvolvimento da tecnologia e o incremento  destas áreas de plantio. E também do crescimento que a agricultura vem tendo no estado ultimamente - explica o coordenador regional do Senar-MT, Rafael Fabri.

- Com toda esta logística que está para acontecer, é como acender um paiol de palha. As pessoas estão enxergando esta região - conclui Marcos da Rosa.

Fonte: Canal Rural. 22 de novembro de 2013.


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