O secretário da Câmara de Infraestrutura e Logística do Ministério da Agricultura, Carlos Alberto Nunes Batista, atribuiu na quinta-feira (28/11) a deficiência de armazenagem no Brasil à tendência de o produtor nacional comercializar, antecipadamente, a safra de grãos, em especial a de soja.
- O Brasil é um grande fornecedor do mercado mundial, exportando a maior parte dos grãos produzidos. Não temos um quadro favorável à estocagem - disse.
De acordo com Batista, investir em armazenagem é essencial para gerir o escoamento e minimizar os gargalos logísticos nos portos.
- Podemos produzir duas, às vezes até três, safras e não temos uma velocidade portuária equivalente.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em 2013 o déficit de armazenagem é de 22,6% do volume total de grãos produzido. Até 2000, o espaço disponível atendia à produção brasileira.
Segundo Batista, mesmo com o Plano Nacional de Armazenagem - que tornará disponíveis, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES), R$25,0 bilhões em cinco anos para financiar a construção de armazéns com juros de 3,5% ao ano -, o Brasil levará de 10 a 20 anos para equalizar a produção com o armazenamento.
- Esse plano democratizou o acesso à armazenagem, mas os recursos não estão sendo disponibilizados na velocidade que se esperava - afirmou.
Conforme o economista Gustavo Diniz Junqueira, do Conselho de Administração da Sociedade Rural Brasileira (SRB), que também participou da conferência, parte do montante disponível deveria ser destinada ao financiamento da produção estocada.
- Se esses armazéns que serão construídos não tiverem contratos com grandes entidades, como a Conab, vão operar abaixo da capacidade estimada e o retorno vai ser menor - justificou.
Fonte: Estadão Conteúdo. 28 de novembro de 2013.
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