O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oficializou na quarta-feira, dia 22/1, a decisão de adiar o resgate de debêntures (títulos da dívida) da empresa de alimentos Marfrig em 18 meses, empurrando o vencimento para janeiro de 2017.
Oficialmente, a decisão foi tomada em assembleia de acionistas, mas o martelo foi batido basicamente pelo BNDES, uma vez que o banco é o detentor de 99,6% do total da operação, que soma R$2,15 bilhões.
Essa nova operação é, na verdade, a rolagem de outros títulos da dívida, no valor de R$2,5 bilhões, com a intenção de financiar a compra da americana Keystone Foods, a principal fornecedora para o McDonalds nos Estados Unidos, pelo Marfrig, em 2010.
Com a rolagem da dívida, o preço-alvo para a ação diminuiu de R$24,50 para R$21,50. À primeira vista, pode parecer um bom negócio para o banco.
O problema é que, mesmo com a redução de valor, o banco está pagando um forte prêmio em relação ao preço atual das ações da Marfrig, que hoje valem menos de R$5,00 na BM&FBovespa.
Como as debêntures são conversíveis em ações, isso quer dizer que, caso o valor dos papéis do Marfrig não seja multiplicado por cinco até 2017, o BNDES poderá acabar pagando bem mais para aumentar sua fatia na empresa do que teria de desembolsar se simplesmente fosse ao mercado financeiro adquirir os papéis.
O que aconteceu na quarta, dia22/1, foi a ratificação de uma operação que foi anunciada logo após o ano-novo.
O adiamento e a manutenção do preço acima de R$20,00 foram interpretados pelo mercado como uma nova chance do banco de fomento à empresa.
Atualmente, o BNDES já é o segundo maior acionista da companhia de alimentos, com 19,6% do capital.
Nos últimos anos, a Marfrig vem trabalhando para reduzir seu endividamento. Em 2013, vendeu a marca Seara para a rival JBS, reduzindo seus débitos em R$5,85 bilhões.
Fonte: Agencia Estado. 22 de janeiro de 2014.
Qual a expectativa para os preços da soja no Brasil em janeiro de 2025?
Receba nossos relatórios diários e gratuitos