O controle biológico da lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) tem apresentado ótimos resultados no milho plantado durante o período da safrinha, em Boqueirão do Leão, no Rio Grande do Sul, conforme informações da equipe técnica da EMATER/RS no município.
Segundo o engenheiro agrônomo da instituição, Eduardo Mariotti Gonçalves, a iniciativa partiu do agricultor Giordarni Zago, que buscou no escritório da Emater as informações necessárias para a utilização da técnica em sua lavoura.
- O agricultor nos procurou para que pudéssemos esclarecer o funcionamento da técnica. Realizamos contato com os demais produtores do município e apresentamos o controle biológico como uma alternativa para as lavouras de milho, sendo que o agricultor Giordarni Zago decidiu testar a técnica na sua lavoura, e esse se tornou o nosso projeto piloto - relata Gonçalves.
A lagarta do cartucho é um dos principais problemas da cultura do milho. O inseto ataca as folhas ainda na fase inicial do desenvolvimento da planta. Uma prática que vem ganhando força para combater o inseto é a utilização da vespinha Trichogramma spp, a qual é um predador natural da lagarta do milho. A vespinha procura os ovos das mariposas - adulto da lagarta do cartucho do milho - para fazer sua postura, ou seja, colocar seus ovos e, com isso, impedir o nascimento das lagartas.
Ainda de acordo com Gonçalves, a área cultivada pelo agricultor é de dois hectares e, mesmo o milho já estando em fase avançada de crescimento, o controle biológico tem apresentado excelente resultado.
- Quando aplicamos as vespinhas já haviam folhas danificadas pela lagarta na lavoura, mas observamos que os danos foram estabilizados e essa diferença foi visível de uma semana para a outra - relata.
No município de Boqueirão do Leão são cultivados por ano 2,8 mil hectares de milho, sendo 1,8 mil hectares na safrinha com o plantio realizado no final do mês de dezembro.
- A utilização do controle biológico é um pontapé para o trabalho em nível de comunidade local e também regional, pois gera curiosidade nos agricultores de municípios vizinhos que têm interesse no tema, inclusive porque essa prática reduz a mão de obra e o uso de agrotóxicos nas plantações, diminuindo também os danos ambientais e a exposição do agricultor aos pesticidas e os custos de produção, resultando em um alimento mais saudável para o consumo - frisa Gonçalves.
Fonte: Emater/RS. 5 de fevereiro de 2014.
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