A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA) projeta queda de até 13,4% nos preços do algodão no mercado internacional com a aplicação da nova Farm Bill nos Estados Unidos.
Em nota divulgada na sexta-feira (14/2), a ABRAPA informou que a pressão sobre as cotações é consequência do aumento dos pagamentos aos produtores por meio do subsídio ao seguro agrícola norte-americano. "A preços atuais, estimativa de supressão do preço internacional é de 7,0%, podendo chegar até a 13,4%, a depender das condições de mercado", afirmou o presidente da ABRAPA, Gilson Pinesso, em nota.
No documento, a ABRAPA reforça o posicionamento de que a nova lei agrícola dos Estados Unidos é ainda mais distorcida do que os pagamentos diretos aos produtores, o motivo da ação vitoriosa do Brasil contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo a associação, a Farm Bill prevê um seguro complementar ao existente, e garante até 90,0% da receita esperada pelos produtores americanos. Até 80,0% do prêmio do seguro será subsidiado pelo governo.
A suspensão unilateral do pagamento de US$829,00 milhões anuais, em setembro do ano passado, que os Estados Unidos deveriam manter até a aprovação da nova Farm Bill, também é questionada pela ABRAPA.
"A promulgação da nova lei agrícola norte-americana na última semana não exime os Estados Unidos da sua responsabilidade internacional com o Brasil e com a OMC. Existe um débito de mais de US$50,00 milhões e um descumprimento injustificado pelos Estados Unidos", reiterou a associação.
Ainda no comunicado, a ABRAPA afirma que "se a retaliação não for adiante, a ABRAPA apoiará qualquer decisão do governo brasileiro para resolver esse caso ainda pendente".
Fonte: Estadão Conteúdo. 14 de fevereiro de 2014.
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