O Brasil precisa de uma orientação mais clara a respeito da rastreabilidade. Foi o que afirmou nesta segunda-feira (24/3) o presidente da J&F, controladora do frigorífico JBS, Joesley Batista. Ele participou de painel sobre o assunto durante o Global Agribusiness Forum, realizado em São Paulo (SP).
Durante sua exposição, o empresário destacou, por exemplo, que os Estados Unidos não vendem carne para a Europa porque o produtor norte-americano não é obrigado a fazer a rastreabilidade, exigida pelos europeus. Já a Austrália obriga e vende para o mercado europeu.
"A gente vê que há orientações claras. O que a gente vê no Brasil é que a gente quer as duas coisas. A gente não quer rastrear, mas quer vender para a Europa. Falta uma orientação clara sobre o que queremos e não queremos", disse Joesley.
O empresário disse ainda que a rastreabilidade tem sido cada vez mais exigida, mas que existe certa "confusão" quando se fala em no assunto no Brasil. Acrescentou que indústria e varejo obtiveram progressos importantes, mas ainda falta chegar mais ao produtor.
"É extremamente importante que o produtor também conte a história do seu produto. Não importa se vai ser com brinco, com marca de fogo", disse. "Se não nos comprometermos com a cadeia como um todo, caso ocorra um problema, o consumidor vai cobrar e não teremos as respostas."
Também participando do painel, o presidente do Consecitrus, João Sampaio, que também integra o conselho administrativo do Marfrig, disse que é preciso enxergar a rastreabilidade como um critério para fazer do produto nacional um produto "premium".
"É preciso mais engajamento. Deixar as ideologias de lado e discutir formas de todo mundo ganhar dinheiro junto", disse Sampaio.
Fonte: Globo Rural. Por Raphael Salomão. 24 de março de 2014.
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