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Mercosul deve apresentar lista de produtos agrícolas para União Europeia em maio


Segunda-feira, 7 de abril de 2014 - 09h09

O governo brasileiro está na fase final de montagem da lista de produtos que vão integrar a proposta de acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE). A expectativa é de que as negociações com os demais membros do bloco sul-americano evolua para que a lista com tarifas preferenciais de importação seja apresentada no dia 15 de maio.

Os itens agrícolas desta lista são pontos centrais para o acordo e enfrentam resistência por parte da Argentina, mas o Ministério da Agricultura do Brasil considera que as conversas com o governo Cristina Kirchner evoluíram em "aspectos surpreendentes". "As negociações melhoraram muito em relação à Argentina, que sabidamente dos quatro países era o que estava com a oferta mais conservadora, quando comparada com Uruguai, Paraguai e Brasil", afirmou na sexta-feira (4/4) o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura Marcelo Ferraz.

Segundo ele, o trabalho atual tem sido de "harmonizar" as propostas de cada país do bloco - com exceção da Venezuela, que optou por ficar fora das conversas por questões políticas internas.

- A nossa oferta está num nível bastante elevado, sobre alguns aspectos é até surpreendente que a gente tenha alcançado um porcentual tão elevado (de isenções tarifárias para produtos europeus). Creio que não teremos dificuldade em chegar ao acordo - disse.

O secretário mantém discrição em não revelar detalhes da proposta, segundo ele, para não criar expectativas que possam não se confirmar. Mas sinaliza que, apesar de haver resistência em incluir na lista produtos que ambos os blocos produzem, o Brasil tem conduzido a negociação sul-americana com disposição para concluir o acordo ainda no primeiro semestre deste ano.

- Acredito firmemente nesse acordo, porque agora é uma decisão da nossa presidente (Dilma Rousseff) de fazê-lo. Ela é a grande estimuladora desse acordo dentro do governo e tem cobrado das partes envolvidas para que a gente chegue a uma oferta aceitável que possa facilitar o acordo - afirmou.

A busca por tarifas de exportação preferenciais pelo Brasil na área agrícola, entre outros pontos mantidos sob sigilo, inclui a tentativa de retomar um acordo anterior que facilitava o envio de frutas tropicais ao mercado europeu. A expectativa é de o retorno da preferência tarifária ajude a desenvolver a produção na região Nordeste.

Ferraz disse, ainda, que, em virtude do acordo entre o blocos econômicos, o Brasil afasta qualquer possibilidade de buscar uma parceria bilateral com a UE. O secretário avaliou que esse tipo de negociação é "improvável" nos próximos anos.

- Negociação bilateral com eles está descartada. Claro que negociamos alguns produtos, mas um acordo de livre comércio está descartado - garantiu.

Fonte: Estadão conteúdo. 6 de abril de 2014.


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