Agronegócio representa 28,0% do PIB goiano

O agronegócio goiano representa 28,0% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado e ainda pode crescer mais se houver integração entre algumas ações estratégicas de desenvolvimento. A informação foi base de palestra ministrada pelo ex-ministro da Agricultura e coordenador do centro de agronegócios da FGV-GV AGRO, Roberto Rodrigues, na manhã de segunda-feira (28/4), no auditório da Federação da Agricultura de Goiás. 

Segundo Rodrigues, o agronegócio representa pouco menos de um quarto do PIB nacional, cerca de 22,8% e está distribuído entre produção de insumos (12,0%), pecuária (29,0%), agroindústria (28,0%) e distribuição. Os dois primeiros setores, no entanto, respondem por 30,0% dos empregos gerados e 41,0% das exportações nacionais e vem apresentando índices de crescimento substancial. Só a produção de grãos cresceu 106,0% em dez anos no Centro-Oeste.

Demanda

Roberto Rodrigues explica que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) disse que o mundo deve aumentar a produção de alimentos até 2020 em torno de 20,0% e que o Brasil deve elevar sua produção em 40,0% para que o mundo não passe fome. "Foi a primeira vez que houve um pedido externo para que o Brasil amplie sua produção. Se juntarmos, Goiás e Mato Grosso do Sul dão conta disso sozinhos", explica o ex-ministro.

E o País tem feito sua parte, diz ele, ampliou sua área cultivável em 41,0% nos últimos 20 anos. Ao mesmo tempo a produção de grãos cresceu 223,0%. A avicultura também apresentou índice considerável de 447,0% nas duas últimas décadas. Ainda falta resolver alguns impasses, explica Rodrigues. Um deles é a área plantada.

No Brasil, existem 851,0 milhões hectares cultiváveis e apenas 75,9 milhões são de área plantada. Ainda é possível expandir essa área em 83 milhões de alqueires disponíveis. "Isso assombra americanos, chineses e canadenses", complementa. No entanto, desses, apenas 13 milhões de hectares podem ser incorporados pela agricultura. O restante, 70,0 milhões de hectares, são reservas legais, áreas indígenas e parques. "O mundo inveja o Brasil, que pode mudar a geopolítica mundial junto com os demais países da América Latina, África e Ásia pobre".

Desafios

A falta de estratégia ainda é desafio para que seja alcançado esse patamar. A falta de infraestrutura e logística, com armazéns, portos rodovias e ferrovias daria um pontapé inicial nesse desenvolvimento, mas "se tudo correr bem, são sete anos para que o Brasil tenha essa logística". O Ex-ministro pontuou ainda a necessidade de garantias de renda, com seguro rural e melhora no volume e taxas de crédito. Também inclusas nas dificuldades estratégicas do país, ele cita o baixo investimento em tecnologia; questões institucionais, como o código florestal, questões trabalhistas e tributárias; a organização e o processo eleitoral brasileiro.

Fonte: Governo do Estado de Goiás. 29 de abril de 2014.