As exportações brasileiras de suco de laranja deverão alcançar 1,11 milhão de toneladas nesta safra 2013/14, conforme estimativa divulgada ontem pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), entidade que representa as empresas grandes exportadoras da commodity produzida no país (Cutrale, Citrosuco e Louis Dreyfus Commodities). Se confirmado, o volume será 1,5% superior ao registrado no ciclo 2012/13.
Nos primeiros nove meses da temporada, período encerrado em março, os embarques somaram 830,0 mil toneladas do produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês). Com as exportações aquecidas, em parte por conta de uma oferta mais restrita na Flórida - que abriga o segundo maior parque citrícola do planeta, menor apenas que o de São Paulo -, a CitrusBR prevê forte queda nos estoques de passagem de suco brasileiro em mãos das companhias exportadoras no país e no exterior em 30 de junho.
Os cálculos da associação indicam que esses estoques deverão ficar em 517,0 mil toneladas, 32,5% menos que no fim de junho do ano passado. Na época, o volume atingiu 766,0 mil toneladas, nível considerado bastante elevado e alimentado por duas grandes safras consecutivas da fruta em São Paulo e no Sul de Minas (2011/12 e 2012/13), onde as grandes indústrias também se abastecem de matéria-prima.
Como prevê apenas uma produção apenas pouco superior da fruta nesses polos na safra 2014/15 na comparação com o ciclo 2013/14, e assumindo que as exportações manterão o ritmo atual, a CitrusBR, já estima que os estoques de passagem poderão recuar para 350,0 mil toneladas em 30 de junho de 2015.
Em estimativa, a entidade projetou a produção paulista e do sul mineiro em 308,8 milhões de caixas de 40,8 quilos na temporada que terá início em julho, 6,5% mais que a colheita de 2013/14 (289,9 milhões de toneladas, conforme seus cálculos). A CitrusBR destacou, entretanto, que o volume, se confirmado, será bem menor que os registrados em 2011/12 (428 milhões de caixas) e em 2012/13 (385 milhões de caixas).
Como respondem por mais de 80,0% das exportações globais de suco de laranja, as indústrias têm esperança de que as cotações internacionais da commodity encontrem alguma sustentação a partir das previsões de uma oferta brasileira menos confortável no próximo ciclo.
Sobretudo por conta de problemas climáticos e fitossanitários, a produção de laranja da Flórida recuou e ofereceu suporte às cotações mesmo com o consumo fraco nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos. Conforme cálculos do Valor Data, os contratos futuros de segunda posição de entrega do FCOJ encerraram abril com preço médio 11,8% superior ao do mesmo mês de 2013.
Fonte: Valor Econômico. Por Camila Souza Ramos e Fernando Lopes. 2 de maio de 2014.
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