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USDA estima recuo de 7,8% na safra brasileira de café em 2014/2015


Quarta-feira, 14 de maio de 2014 - 09h03

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a produção brasileira de café chegue a 49,5 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2014/2015.

O resultado corresponde a uma queda de 7,8% em relação à safra anterior (53,7 milhões de sacas), em virtude do impacto negativo da seca prolongada e clima quente, principalmente no sul e no leste de Minas Gerais e no estado de São Paulo, durante o último verão, conforme relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

As exportações de café para o período estão previstas em 32,38 milhões de sacas, 1,0 milhão de sacas abaixo da safra anterior. Os estoques são projetados em 6,32 milhões de sacas, queda de cerca de 30% em relação ao período anterior.

- A prolongada seca e as altas temperaturas durante janeiro e fevereiro, especialmente nos Estados de Minas Gerais e São Paulo, prejudicaram significativamente o desenvolvimento dos grãos. Além disso, houve expressiva erradicação de cafeeiros no estado do Paraná, como consequência da geada e baixos preços em 2013, reduzindo assim o potencial de produção naquele estado - argumentam os técnicos do USDA.

O USDA pondera, no entanto, que, neste momento, não está claro até que ponto os problemas climáticos irão prejudicar o tamanho da safra.

- Um número mais preciso só estará disponível após a colheita, quando será possível avaliar a qualidade e o peso dos grãos.

A produção de café arábica está projetada em 33,1 milhões de sacas, 6,3 milhões de sacas abaixo da safra anterior (39,4 milhões de sacas). A safra de robusta (conilon) deve alcançar 16,4 milhões de sacas, aumento de 2,1 milhões de sacas ante o período anterior (14,3 milhões de sacas). O bom desempenho do robusta deve-se, principalmente, à produção potencial no Espírito Santo, Rondônia e Bahia.

Consumo, exportação e estoque

Segundo o USDA, o consumo interno de café em 2014/1205 deve ficar estável em 20,1 milhões de sacas (19 milhões de sacas de torrado e moído e 1,1 milhão de sacas de café solúvel). "O provável aumento dos preços do café torrado e moído no varejo deve impedir elevação no consumo total brasileiro", estima o USDA.

A exportação brasileira de café em 2014/2015 deve alcançar 32,38 milhões de sacas, queda de 1 milhão de sacas na temporada anterior, por causa da menor oferta esperada do produto. O embarque de grãos verdes deve ser de 29 milhões de sacas, enquanto a exportação de café solúvel está prevista em 3,35 milhões de sacas.

O estoque de café para o fim do período 2014/2015 está projetado em 6,32 milhões de sacas, 2,98 milhões de sacas abaixo do volume de 2013/2014 (9.290.000 sacas), em virtude da menor produção esperada. O estoque oficial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está estimado em 1,61 milhão de sacas em 31 de novembro de 2013.

Reajuste salarial eleva custo para cafeicultores

Os custos de produção para o cafeicultor aumentaram em média 3,9% no primeiro bimestre deste ano. O reajuste salarial no setor é um dos principais itens que oneraram a atividade no período, mostra boletim da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA-MG). Conforme o estudo, a elevação nos custos influenciou de forma diferenciada as duas espécies de café produzidas no país. No caso do café arábica, o custo subiu 3,4%. No caso do tipo conilon (robusta), o aumento foi ainda maior, de 5,7%.

O aumento médio no Custo Operacional do Café (COE), diretamente relacionado aos reajustes salariais, para o café arábica, alcançou 2,7%. Segundo a CNA, foram registradas oscilações nos custos por causa da modernização do sistema produtivo. No caso de Manhumirim (MG), por exemplo, o COE subiu 4,1%. Já em Luís Eduardo Magalhães (BA), o aumento nos custos foi bem menor, 1,1%, já que na região a lavoura de café está totalmente mecanizada.

Para o café conilon, o peso do aumento dos salários no COE alcançou 3,5%. O maior porcentual foi observado em Jaguaré (ES), com elevação de 6,1%. O resultado também foi influenciado pelo aumento nos custos do cafeicultor com insumos agrícolas e mecanização.

Fonte: Estadão Conteúdo. 13 de maio de 2014.


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