Setor mais competitivo da economia nacional, o agronegócio representa hoje 20,0% do PIB. Sem ele, a balança comercial brasileira sofreria um baque: 41,0% das exportações vêm do campo, cuja expansão dependerá fortemente da produtividade nos próximos anos.
No primeiro Exame Fórum Centro-Oeste, o coordenador geral de planejamento estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, mostrou os números que dão a dimensão do setor.
Mais importante, no entanto, são as previsões oficiais para os próximos anos, também reveladas.
Veja abaixo os grandes números da produção no campo. Ao final, em contraponto, seguem dados da Kepler Weber, empresa de armazenamento de grãos, que mostram algumas das dificuldades enfrentadas pelo setor.
Os números
- O PIB da agricultura é de 1 trilhão de reais, o que representa cerca de 20,0% da economia brasileira.
- O setor representa 41,0% das exportações brasileiras hoje.
- Entre 25,0 e 30,0 milhões de pessoas trabalham com o agronegócio - cerca de 30,0% do pessoal ocupado do país - direta e indiretamente.
- A produção de grãos deve chegar este ano a 191,0 milhões de toneladas. Na próxima década, deve alcançar 248,0 milhões.
- Para isso, a área cultivável deverá aumentar 17,0%, mas é a produtividade que deverá ser a grande responsável pelo aumento na produção.
- 90,0% do crescimento da produção nos últimos anos se deve à produtividade; apenas 10,0% a outros fatores.
- A tendência em longo prazo é a produtividade crescer a taxas mais modestas, algo em torno de 1,6% ao ano, enquanto hoje está em 4,0% - contra 2,3% nos EUA.
- Os três estados que se destacam no crescimento da produtividade anual hoje são Minas Gerais (6,5%), Bahia (5,7%) e Goiás (5,5%).
- Brasil usa 40,0 milhões de hectares para plantar produtos transgênicos. Só perde no mundo para os EUA, onde a área chega a 70,0 milhões de hectares.
- A produção de cinco estados da região do delta dos Estados Unidos não chega a 700,0 mil km quadrados de áreas cultiváveis. Só o Mato Grosso é maior do que isso.
- Milho (63,0%) e algodão pluma (55,0%) serão as duas culturas que mais terão aumento na exportação entre 2013 e 2023, prevê o ministério.
Os problemas
- Apenas 15,0% das fazendas possuem sistema próprio de armazenagem de grãos, segundo a Kepler Weber.
- O percentual de perda no mercado de grãos na pré e pós-colheita é de 10,0%, considerado alto em relação à média mundial.
- Produção de soja vem crescendo 6,0% ao ano, enquanto a capacidade de armazenagem aumenta apenas 4%. Já a área de plantio, 2,8%. Isso indica crescimento da produtividade, mas também o aumento do déficit de áreas para estocar a cada ano.
- Os gargalos de logística e infraestrutura formam uma lista enorme. A saída de uma tonelada de soja do Mato Grosso para a China custa 185 dólares. Da Argentina, 102 dólares. Dos EUA, 71 dólares.
Fonte: Exame. Por Marco Prates. 4 de junho de 2014.
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